Dois artigos publicados pela revista Blood Advances nesse quarta-feira (14) indicaram que o risco de contrair Covid-19 é mais baixo para pessoas do grupo sanguíneo O, de outro lado, as com sangue dos tipos A e AB estariam mais propensas a desenvolver sintomas mais graves.

Os cientistas de um estudo compararam um grupo de 473.654 pessoas que foram submetidas a testes para Covid-19 do tipo PCR em tempo real entre 27 de fevereiro de 30 de julho, com 7.422 positivos e 466.232 negativos, com outros 2.204.742 que não haviam sido testadas. Esse número corresponde a, aproximadamente, 38% da população da Dinamarca.

Ainda foram levados em conta as taxas de internação e mortes relacionadas à doença, idade, problemas cardiovasculares, etc.

De modo geral, apenas 38,41% dos pacientes tinham sangue tipo O, enquanto no grupo de controle esta porcentagem era de 41,7%, o que se traduz numa taxa de risco relativa de entre 0,83% e 0,91% de contrair a doença para indivíduos deste grupo sanguíneo.

"Houve uma diferença leve, mas estatisticamente significativa, na distribuição do grupo sanguíneo entre os indivíduos que testaram negativo para (o coronavírus) Sars-CoV-2 e o grupo de referência. Entre aqueles com Sars-CoV-2, foram encontrados consideravelmente menos indivíduos do grupo O, e mais indivíduos A, B e AB. Quando o grupo sanguíneo O foi excluído, nenhuma diferença significativa foi observada entre A, B e AB", detalhou o artigo.

Já o outro estudo, realizado no Canadá, afirmou que pessoas com os tipos sanguíneos A ou AB estariam propensas a desenvolver sintomas mais graves da doença, com o maior risco de ter lesões pulmonares, além de precisar de respiradores mecânicos, do que aquelas com grupos sanguíneos O ou B.

Os pesquisadores analisaram o sangue de 95 pacientes internados em estado grave em um hospital de Vancouver, no Canadá. Enquanto 61% dos 57 pacientes que tinham sangue O ou B precisaram da ajuda de respiradores, a taxa foi de 84% entre os 38 com tipos A e AB.

Embora os dois estudos incluam evidências de uma associação entre o tipo de sangue e a vulnerabilidade à Covid-19, os envolvidos defendem que outras pesquisas ainda são necessárias para entender melhor como esse fator afeta os pacientes.