Petroleiros atestam que Petrobras subnotifica e omite óbitos por Covid-19 em refinarias
Em Cubatão (SP) há 11 casos confirmados

Foto: Reprodução
Os Sindicatos de trabalhadores que representam os funcionários da Petrobras reforçam que, depois das plataformas de petróleo, refinarias da estatal têm sido foco de contaminação da Covid-19. Eles denunciam surtos em unidades em Cubatão (SP), no Rio de Janeiro (RJ) e em Manaus (AM).
As entidades questionam os números de contaminados divulgados pela companhia, acusada de subnotificar casos e até omitir mortes. Um balanço do Ministério de Minas e Energia (MME) falava em 806 casos. Oficialmente, porém, a estatal contabilizava 238 empregados contaminados.
De acordo com levantamentos de petroleiros, há ao menos 11 casos confirmados em Cubatão, onde trabalham geralmente cerca de 1.200 pessoas. Outros 28 trabalhadores estão afastados por suspeita de coronavírus, informou o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista. Os relatos foram publicados no jornal Folha de S.Paulo.
Os sindicatos falam na possibilidade de "greve sanitária", uma paralisação não voluntária pelo número de infectados. Diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar diz que "esse tipo de relato se espalha em unidades pelo Brasil, de pessoas que não foram afastadas após contato direto com contaminados nem foram submetidas a exames". "Há descuido da Petrobras com essas pessoas. Os casos estão se proliferando", acrescentou.
Outro lado
A Petrobrás afirmou que todos os empregados em estágio ativo da doença confirmado por teste estão em isolamento e sendo monitorados por equipes de saúde da empresa.
"Adotamos medidas muito fortes no sentido de garantir que nossas instalações estejam seguras em relação a suspeitos e infectados", disse na sexta (15) em entrevista à imprensa o diretor de Relações Institucionais da companhia, Roberto Ardenghy.
Segundo o dirigente, o número de 800 infectados está incorreto. "E temos outra coisa importante: mais de 50% dos contaminados já estão recuperados, já voltaram às suas atividades e estão trabalhando normalmente", acrescentou.