PF conclui que urnas eletrônicas precisam de aperfeiçoamento, mas voto impresso encarece o processo eleitoral

Análise faz parte de parecer produzido durante as eleições municipais de 2016

[ PF conclui que urnas eletrônicas precisam de aperfeiçoamento, mas voto impresso encarece o processo eleitoral]

FOTO: Agência Brasil

Uma análise realizada por peritos da Polícia Federal (PF) referente às urnas eletrônicas aponta que há necessidade de aperfeiçoamento do sistema digital. Contudo, os peritos sugerem que a adoção do voto impresso auditável "encarece bastante" o processo eleitoral. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou na última quinta-feira (29), durante uma live nas redes sociais, trechos dos relatórios das últimas eleições. No documento, a PF apontou que a impressão do voto é "procedimento satisfatório para atender ao requisito de auditoria", mas que, além de encarecer o processo, a iniciativa cria maior possibilidade de "falha mecânica".  

A análise faz parte de parecer produzido pela PF durante as eleições municipais de 2016, cujas conclusões foram obtidas pela CNN. Em 2015, o Congresso Nacional aprovou a impressão do voto. A então presidente Dilma Rousseff (PT) vetou a previsão, mas teve a decisão derrubada pelo Poder Legislativo. Em 2018, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a medida.

"Recentemente, foi aprovada uma lei que requer que cada voto seja impresso e depositado em uma urna acoplada na urna eletrônica, de modo que caso haja desconfiança de fraude, os votos físicos possam ser contados e comparados com o boletim de urna. Este procedimento é satisfatório para atender ao requisito de auditoria, porém encarece bastante o processo (será necessário adicionar uma impressora e uma urna convencional a cada conjunto, haverá maior possibilidade de falha mecânica)", observou a análise dos peritos.

Além disso, as conclusões da polícia também reconhecem que o sistema eletrônico possibilita a auditoria da totalização dos boletins de urna. O texto aponta, entretanto, que "não é possível auditar de forma satisfatória o processo entre a votação do eleitor e a contabilização do voto no boletim de urna". "Por mais confiável que sejam todas as pessoas envolvidas no processo do sistema eleitoral e por mais maduro que sejam os softwares, eles sempre possuirão possíveis vulnerabilidades e necessidades de aperfeiçoamentos", ressaltou a análise. 

A estimativa é que a adoção do voto impresso auditável, previsto em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara dos Deputados, tenha um custo de cerca de R$ 2 bilhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contudo, os defensores da medida alegam que o orçamento da Justiça Eleitoral tem capacidade para arcar com o valor.   


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