PF investiga empresário do agro que pagou R$ 26 milhões para comprar sentença de desembargador no Piauí

A Polícia Federal está investigando o empresário João Antônio Franciosi, dono do grupo Franciosi, sob suspeita de compra decisão judicial do desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) José James Gomes Pereira por R$ 26 milhões em processo de disputa de terras. Informações foram reveladas pelo jornalista Tácio Lorran, do portal Metrópoles. 

O empresário é acusado de integrar o núcleo da organização criminosa composto por empresários que praticam grilagem de terras no Piauí comprando sentenças do tribunal estadual. No dia 2 deste mês de outubro, Franciosi foi alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal. Ele também é réu da operação Faroeste, que investiga a venda de sentenças na Justiça Baiana.

A corporação também investiga o sócio de João, Ubiratan Franciosi e a advogada Lia Rachel de Sousa Pereira Santos, filha do desembargador Jsé James. Também são alvos os advogados Paulo Augusto Ramos dos Santos, Juarez Chaves e Germano Coelho suspeitos de agirem na articulação e mediação da venda de decisões judiciais no Tribunal. 

Segundo a PF, Franciosi repassava valores para uma empresa de  Paulo Augusto Ramos dos Santos, a Villa Bella das Furnas Participações e Negócios Ltda. Em seguida, a empresa teria transferido R$ 26 milhões para Juarez Chaves e Germano Coelho, que teriam intermediado a compra da sentença. A Villa Bella recebeu do empresário R$ 106,3 milhões, entre setembro de 2023 e agosto de 2024, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O objetivo do empresário era conseguir uma decisão favorável para a Sundeck Holding Ltda ter direitos sobre uma fazenda de 22,5 mil hectares no Piauí. Com o sucesso do plano, Paulo Augusto teria intermediado a transmissão da fazenda da Sundeck Holding para sua empresa, a Villa Bella, e posteriormente a repassou para o grupo Franciosi.