O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, disse em entrevista ao Estadão que a Polícia Federal (PF) “não pode ser envolvida na disputa política, eleitoral e ideológica, pois é uma instituição de Estado, não de governo, respeitada e admirada pela sociedade”. 

O órgão está sob suspeita de ingerência política nas trocas de delegados de cargos-chave, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, começar a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por possível interferência política na PF, depois da denúncia do então ministro da Justiça, Sérgio Moro, e da decisão de Bolsonaro de demitir o diretor-geral à época, Maurício Valeixo.

Segundo Maiurino, Bolsonaro nunca pediu nada e nem tentou interferir em processos de investigação. “Desafio qualquer delegado a dizer e a provar que, na minha gestão, algum deles recebeu orientação para agir de uma forma ou de outra numa investigação, para proteger ou perseguir alguém. Isso seria um absurdo, um crime grave”.