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Piloto cita presidente do União Brasil como dono de jatos ligados a esquema que atendia ao PCC

Antônio Rueda nega envolvimento e afirma nunca ter comprado aeronaves, apenas fretado voos

Por Da Redação
Às

Piloto cita presidente do União Brasil como dono de jatos ligados a esquema que atendia ao PCC

Foto: União Brasil

Um piloto que transportava regularmente uma dupla que liderava um esquema de lavagem de dinheiro que atendia a facção criminosa PCC [Primeiro Comando da Capital] afirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, está entre os proprietários de quatro dos dez jatos executivos operados por uma empresa de táxi aéreo. A informação é do ICL Notícias. 

Em entrevista ao portal, Mauro Caputti Mattosinho, afirmou que Rueda era citado por seu chefe como o líder de um grupo que "tinha muito dinheiro que precisava gastar" na compra de aeronaves, que foram avaliadas em dezenas de milhões de dólares. 

“Havia um clima de ‘boom’ de crescimento na empresa. E isso foi justificado como sendo um grupo muito forte, encabeçado pelo Rueda, que vinha com muito dinheiro que precisava gastar. Então, a aquisição de várias aeronaves foi financiada”, diz Mattosinho em entrevista gravada em vídeo. 

Segundo Mattosinho, ele transportou ao menos 30 vezes Mohamad Hussein Mourad, mais conhecido como Primo, e Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco. Todos são apontados como líderes do esquema que atendia ao PCC e estão foragidos da Justiça.

O piloto também pontuou ter transportado em voo uma sacola de papelão que aparentava ter dinheiro em espécie, na mesma data em que Beto Louco mencionou a outros passageiros que teria um encontro com o senador Ciro Nogueira (PI), que negou ter tido proximidade com Beto ou ter recebido qualquer valor. 

Mattosinho afirmou ainda que Rueda viaja constantemente em jatos operados pela mesma empresa e que é conhecido como "Ruedinha". “[Rueda] É uma pessoa que já fazia negócios com a Táxi Aéreo Piracicaba desde quando eu cheguei lá como funcionário, aproximadamente dois anos atrás. Ele já era um nome que circulava como [sendo] sócio em uma aeronave de pequeno porte”, lembra.

Aviões que piloto diz terem sido comprados por Rueda

Um dos jatinhos é o bimotor Raytheon 390 Premier, matrícula PR-JRR que, conforme apurado pela reportagem, de acordo com os registros da Anac, a aeronave pertence à empresa Fênix Participações, controlada pelo advogado Caio Vieira Rocha, filho do ex-ministro César Asfor Rocha; pelo ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos) e por um dono de concessionárias de Pernambuco.

Vieira Rocha negou que Rueda tenha participação na aeronave ou tenha viajado nela. ”Antonio Rueda não é proprietário da aeronave e nem sócio de nenhuma das 3 empresas sócias da aeronave”, escreveu Vieira Rocha.

A RZK pertence a José Ricardo Rezek, que é doador do União Brasil, dentre outros partidos, e próximo a Antônio Rueda. Rezek estava na lista de convidados do aniversário de 50 anos do presidente da legenda  este ano. A empresa informou por meio de nota que nunca vendeu nenhuma aeronave a Rueda. “Ele jamais atuou como intermediário em qualquer compra e venda e muito menos participou das negociações. A aeronave citada foi regularmente vendida à Fênix Participações Ltda., em conformidade com todas as normas legais, devidamente registrada na Anac”, acrescentou.

os outros três jatinhos bimotores que, segundo o piloto, teriam sido adquiridos com participação de Rueda são: um Gulfstream G200, matrícula PS-MRL; um Citation Excel, matrícula PR-LPG; e um CitationJet 2, matrícula PT-FTC.

As empresas registradas como proprietárias também afirmaram não ter relação com o dirigente partidário. 

Interesse em quinta aeronave

Mattosinho revelou que o presidente do União Brasil também tinha interesse em comprar uma quinta aeronave, um Gulfstream de Série 550, matrícula PS-FSR, capaz de realizar viagens intercontinentais. A negociação desse modelo é de a partir de US$ 10 milhões (R$ 54,5 milhões), no entanto, o piloto não soube afirmar se a transação foi concluída. 

A aeronave em questão está registrada em nome do agente de jogadores Luís Fernando Garcia, dono da Elenko Sports. Questionado pelo ICL Notícias, ele negou que seu jatinho tenha sido vendido e que Rueda tenha realizado viagens nele.

Rueda nega envolvimento

Por meio de nota, o presidente do UB também negou ser dono dos jatos e repudiou "qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito", disse. 

Rueda afirmou que "já voou em aeronaves particulares em voos fretados por ele ou como convidado", mas que "nunca participou de compra das aeronaves". 

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