PL na Bahia rachado: Prisco rompe com Capitão Alden e expõe acordos não cumpridos; veja
Parceria política entre os dois vinha de anos, fortalecida pela trajetória comum na carreira militar

Foto: Divulgação
O PL na Bahia está rachado e os correligionários do partido seguem lavando roupa suja em público. Desta vez, o rompimento do suplente de vereador em Salvador, Prisco, com o deputado federal Capitão Alden (PL) veio à tona. Em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, Prisco afirmou que rompeu a aliança porque o parlamentar descumpriu acordos firmados nas eleições de 2022 e 2024.
“Acordamos que, após a eleição de 2022, caso um ou outro perdesse, o que fosse eleito manteria o salário do outro durante quatro anos. Isso não foi cumprido desde o início”, disparou.
Nas eleições de 2022, Prisco ainda era filiado ao União Brasil e tentou se reeleger como deputado estadual pela Bahia, mas não conseguiu. Alden, por sua vez, foi candidato e acabou eleito deputado federal.
Sobre as eleições municipais de 2024, Prisco explicou que foi candidato a vereador de Salvador pelo PL e que havia um acordo para que Alden apoiasse apenas um nome na capital baiana. Segundo ele, isso não foi cumprido, e o deputado também se envolveu na campanha de Alexandre Moreira (PL).
“Foi acordado que haveria apenas um apoio único à candidatura a vereador em Salvador, e não uma candidatura na Segurança Pública e outra na direita como foi comunicado. Isso é mentira. Todos sabem, inclusive o grupo dele, que o acordo era apoiar uma candidatura única em Salvador. Isso não foi cumprido”, disse.
“Alden só apareceu no meu comitê uma única vez, que foi no dia do lançamento e no dia da apuração, porque o meu nome estava na frente do de Alexandre. Não tenho nada contra Alexandre, nunca tive. Dei total liberdade para que Alden apoiasse quem achasse melhor no interior, como inimigos nossos que ele apoiou”, continuou.
Financiamento da campanha de 2024
Interlocutores do PL afirmam que Alden foi o principal intermediador de um repasse de R$ 540 mil do diretório nacional do partido para a campanha eleitoral de Prisco em 2024, conforme consta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em publicação nas redes sociais, após o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro expor uma briga interna no PL, Alden admitiu que enviou R$ 250 mil do fundo eleitoral do partido para a campanha de Alexandre Moreira, que recebeu no total R$ 500 mil do PL.
Áudios polêmicos
Durante as eleições de 2022, Prisco, então filiado ao União Brasil, teceu críticas ao presidente estadual do PL na Bahia, João Roma, e ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, vieram à tona áudios em que Prisco afirmava que ninguém conhecia Roma, que ele “nada fez” pela Polícia Militar, e ainda dizia que sua história era “dez vezes maior” que a de Bolsonaro.
Durante a entrevista, Prisco afirmou que há uma diferença entre falar a verdade e falar mal. Segundo ele, sua história na polícia é, de fato, maior que a de Bolsonaro e explicou que os problemas com Roma já foram resolvidos.
“Não tem um áudio meu falando mal de Bolsonaro. Falando mal, não existe. Também não existe nenhum áudio meu falando mal de João Roma. O que tive com Roma já foi resolvido, até porque foi ele quem me recepcionou no partido, e temos uma relação excepcional”, justificou.
“A única coisa que eu disse foi que apoiei ACM Neto na última eleição e não apoiaria João Roma naquela eleição porque entendia que, naquele momento, ACM Neto tinha mais condições de ganhar. Não que Roma não tenha condições de governar a Bahia, pelo contrário. Existe uma diferença entre falar mal e falar a verdade.”
Alden e Prisco mantinham uma relação de parceria política há anos, especialmente por ambos terem carreira militar e terem sido colegas na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).