População mundial menos fértil alerta para necessidade de tratamentos acessíveis

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado neste mês, aponta que muitas pessoas são afetadas pela infertilidade ao longo de suas vidas. Cerca de 17,5% da população adulta, 1 em cada 6 em todo o mundo, sofre de infertilidade. Esse número mostra a necessidade urgente de aumentar o acesso aos cuidados de alta qualidade e a preços acessíveis para as pessoas que necessitam.

Para chegar a esse resultado, a OMS se debruçou sobre mais de 12.000 pesquisas, em todos os continentes, até consolidar uma revisão robusta com base em 133 estudos populacionais realizados entre 1990 e 2021. 

“A minha esperança é que o governo utilize esse relatório como parte de seus esforços para fortalecer os sistemas de saúde e para ajudar as pessoas a cumprir suas intenções de fertilidade e viver vidas mais saudáveis”, escreveu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A discussão em torno da busca por métodos capazes de aumentar as chances de concepção está em alta nas últimas três décadas. Embora a probabilidade de mulheres terem filhos caia vertiginosamente após os 35 anos, o presidente da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Pedro Augusto, disse à revista Veja que “o fenômeno não tem a ver só com a idade”. Segundo ele, homens e mulheres estão expondo a más condições que interferem na fertilidade, como tabagismo, consumo de álcool e dependência sexualmente transmissíveis.