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Por que Putin poderia ser preso se viesse ao Brasil para cúpula dos Brics

Putin está sob ordem de prisão do TPI desde 2023

Por FolhaPress
Ás

Por que Putin poderia ser preso se viesse ao Brasil para cúpula dos Brics

Foto: Alan Santos/PR

Alvo de um mandado de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não viajou para o Rio de Janeiro para participar da cúpula dos Brics.

O QUE ACONTECEU
Putin está sob ordem de prisão do TPI desde 2023. Pesam sobre ele suspeitas de deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia. Moscou nega as acusações. 

O Brasil é membro do TPI e, por isso, seria obrigado a executar o mandado de prisão contra ele. O Kremlin já havia informado que o presidente russo não viajaria para o compromisso e que isto se devia "a algumas dificuldades no contexto dos requisitos do TPI". 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou Putin para a reunião da cúpula do Brics, que acontece neste final de semana e nesta segunda-feira (07), no Rio. A Rússia é membro fundador do bloco, formado por Brasil, Índia, China e África do Sul, ao qual também se uniram Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Indonésia e Arábia Saudita. A organização multilateral que reúne algumas das economias emergentes mais influentes do mundo se consolidou como um contrapeso ao grupo G7, que concentra grande parte da riqueza mundial, nos últimos anos.

O encontro debate assuntos que vão de economia à saúde, além dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio. Estava prevista a participação de quase todos os líderes dos países que compõem o bloco, à exceção dos presidentes das maiores economias: Xi Jinping, da China, e Putin. O líder chinês foi representado pelo primeiro-ministro, Li Qiang. Não foi explicado o motivo da ausência. 

Em vídeo enviado à reunião, Putin destacou que o bloco de países emergentes se tornou uma das principais organizações-chave do mundo com enorme potencial político, econômico e tecnológico e influência em expansão. "Nossa voz é ouvida em alto e bom som em todo o cenário internacional", afirmou.

Putin também disse que o mundo "concentrado" nos EUA está se tornando ultrapassado: "[a ordem unipolar] está sendo substituída por um mundo multipolar mais justo. Tudo indica que o modelo de globalização liberal está se tornando obsoleto, o centro da atividade empresarial está se deslocando para os mercados em desenvolvimento, o que está desencadeando uma poderosa onda de crescimento, inclusive nos países do Brics."

O presidente da Rússia também agradeceu ao presidente Lula pelo "trabalho ativo" dentro do Brics. "É importante que nossos colegas brasileiros tenham se aprofundado nas iniciativas apresentadas durante a presidência da Rússia no ano passado e proposto trabalhar em sua implementação", disse.

DEBATES
Presidência brasileira do Brics afirmava querer declaração final de consenso entre líderes para demonstrar coesão. O documento prevê apoio ao multilateralismo, à COP30, à reforma das instituições globais, como no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), e uma parceria para pesquisas e combate a doenças geograficamente determinadas, temas considerados prioritários da agenda brasileira.

Guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a instabilidade no Oriente Médio em debate. Palácio do Planalto quer manter o foco nas mensagens que precisam ser emitidas em prol do multilateralismo e da paz global, além do apoio às prioridades do grupo.

A declaração final, obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, condena ataques contra Irã e preserva Rússia na guerra da Ucrânia. A declaração final do Brics traz críticas a ações de Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria, mas preserva Tel Aviv e o governo Donald Trump de responsabilidade pelos recentes ataques contra o Irã, membro do grupo, apesar de condenar a ofensiva. No mesmo documento, o Brics blinda a Rússia de críticas pela guerra da Ucrânia, enquanto condena nos termos mais fortes ações militares de Kiev contra civis e infraestruturas em território russo.

Debate sobre inteligência artificial é esperado e defendido por especialistas chineses. O grupo deve se debruçar sobre questões do uso ético dessa tecnologia, sobretudo porque a China é uma das potências no desenvolvimento de IA. No início deste ano, Pequim lançou sua própria IA, a DeepSeek, em uma meta de se tornar líder global dessa tecnologia.

Na área de saúde, o foco está na criação de um parceria para eliminar doenças socialmente determinadas. A ideia é combater doenças causadas pela pobreza, o que envolve questão alimentar de combate à fome e moradias precárias.

Às vésperas da COP30, que acontecerá em novembro no Pará, a reunião dos Brics também mira a questão climática.

O encontro deverá servir como espaço de construção para soluções mundiais, com foco no sul global, e antecipar debates que estarão em pauta na COP30. O Brasil defende uma nova liderança climática baseada na solidariedade entre os povos, para gerar respostas eficazes e equitativas às mudanças climáticas.

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