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Praias, dunas e areais perderam 15% de área em 37 anos, diz levantamento

Pesquisa também avalia a cobertura de manguezais, apincus e áreas de aquicultura

Por Da Redação
Ás

Praias, dunas e areais perderam 15% de área em 37 anos, diz levantamento

Foto: Pixabay

De acordo com levantamento do MapBiomas, praias, dunas e areais perderam 15% de área em 37 anos. Com 47% de sua área em unidades de conservação, total passou de 457 mil hectares, em 1985, para 389 mil hectares em 2021.

Entre os vetores que levaram a essa perda de 68 mil hectares está a pressão do mercado imobiliário e o consequente avanço de infraestruturas urbanas (11%), a silvicultura (7,4%), as pastagens e mosaicos de agricultura e pecuária (10%).

Os Lençóis Maranhenses e o Cordão Dunar do Rio Grande do Sul são as duas feições arenosas contíguas de maior extensão no Brasil. Juntos, eles respondem por 51% da extensão de praias e dunas do país. Porém não há areais e dunas apenas no litoral: segundo o MapBiomas, dos 10 municípios com maior extensão desse tipo de cobertura, dois ficam no interior do país - Pilão Arcado e Xique-Xique, ambos na Bahia. O município líder é Barreirinhas, no Maranhão.

Manguezais

A boa notícia vem dos manguezais, que se estendem por toda a costa brasileira do Amapá até Santa Catarina. Entre 1985 e 2021, sua área total expandiu-se 4%, passando de 970 mil hectares para mais de um milhão de hectares (1.011 Mha). Três estados da Amazônia - Amapá, Pará e Maranhão - respondem por 80% da cobertura de manguezais do país e sua configuração explica esse bom resultado.

O mangue é berçário de inúmeras espécies marinhas: 70 a 80% dos peixes, crustáceos e moluscos que a população consome precisam desse bioma em alguma fase de suas vidas. Diversas espécies de peixes economicamente importantes utilizam os mangues como área de reprodução e depois voltam para o mar. Os manguezais também são importantes para proteger a costa da erosão marinha

Apicuns

Entre as formações naturais sobre as quais o mangue se expande estão os apicuns - superfícies dinâmicas, hipersalinas e associadas ao regime de marés. Entre 1985 e 2021, os apicuns passaram de 57 mil para 54 mil hectares de área no Brasil. O Maranhão concentra aproximadamente 60% da superfície de apicuns do país.

A maior parte de sua área (70%) encontra-se dentro de alguma das 340 Unidades de Conservação da Zona Costeira Brasileira. Apesar disso, entre 1985 e 2021, 1,3 mil hectares de apicuns foram convertidos para atividades de aquacultura que, junto com os 531 hectares perdidos para infraestruturas urbanas, representa o principal risco para este tipo de formação natural.

Aquicultura e salicultura

A aquicultura foi a ocupação da zona costeira brasileira que mais cresceu nos últimos 37 anos: ela teve um aumento de 36% entre 1985 e 2021, passando de 36 mil hectares para 56 mil hectares no país. A atividade expandiu-se principalmente sobre superfícies de água (28%), mosaico de agricultura ou pastagem (25%) e formação savânica (14%), com nítida preferência por regiões não vegetadas, como apicuns ou, quando vegetadas, de porte arbustivo. Dois estados, Rio Grande do Norte, com 67%, e Ceará, com 15,4% concentram 82% da área de salicultura / aquicultura no Brasil. Mossoró, no Rio Grande do Norte, possui a maior área de aquicultura / salicultura no país: aproximadamente 11 mil hectares, o dobro da área urbanizada do município.


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