Preço da gasolina subiu 21% na Bahia durante a pandemia, diz pesquisa
No Brasil, aumento registrado é de 32,9%

Foto: Agência Brasil
Um levantamento realizado pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, aponta que o preço do litro da gasolina aumentou nos postos de combustíveis de todo o Brasil durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Na Bahia, por exemplo, os dados apontam, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que o aumento foi de 21% na comparação entre março de 2020 e agosto deste ano.
Levando em consideração todas as unidades federativas do Brasil, o aumento em agosto fez o valor do litro ficar 32,9% acima do registrado em março de 2020. O preço médio de revenda no País subiu de R$ 4,46 para R$ 5,93. De acordo com o levantamento, o Distrito Federal registrou o maior aumento e ficou acima da média nacional, com reajuste de 34% no período. Na capital federal, o preço médio de revenda da gasolina nos postos saltou de R$ 4,77 para R$ 6,40 o litro.
Para o Sindicombustíveis-DF, um dos responsáveis pelo aumento específico para o Distrito Federal seria o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A estimativa é de que a arrecadação tenha crescido 41,5% neste ano. Entretanto, a alíquota do ICMS não sofre reajuste desde 2016. O ICMS no DF para o álcool e a gasolina é 28% e, no caso do diesel, 15%.
Atualmente, o preço dos combustíveis tem sido criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Bolsonaro acha que os preços estão altos devido aos impostos cobrados pelos governadores e, além disso, ele atribui o aumento à pandemia. Na segunda-feira (27), em um evento de comemoração dos mil dias de governo, o presidente disse que se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para discutir a alta no preço da gasolina.
Segundo Bolsonaro, foram debatidas medidas para diminuir o valor dos combustíveis “na ponta da linha”, isto é, para os consumidores. O presidente também declarou que o aumento não é “por maldade”, mas pontuou: “Nada é tão ruim que não possa piorar”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que a Petrobras seja privatizada nos próximos anos. A declaração ocorreu durante videoconferência no encontro “O Brasil Quer Mais”, organizado pela International Chamber of Commerce (ICC). De acordo com Guedes, os recursos arrecadados com as privatizações deveriam ser direcionados para um programa que tenha como foco a luta contra a miséria.