Premiê do Haiti é investigado como possível mandante do assassinato do presidente
Claude Joseph é alvo dos investigadores do FBI e da polícia haitiana

Foto: Reuters
O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, está sendo investigado como possível mandante do assassinato do presidente Jovenel Moïse, morto no último dia 7 em Porto Príncipe. O FBI analisa a hipótese de que o crime foi planejado por meses para que Joseph chegasse à Presidência. Há várias peças da trama que ainda não se encaixam, mas, ao jornal El Tiempo, um investigador do FBI disse que um crime dessa magnitude só pode ter sido realizado com a conivência de “altos funcionários do governo”.
A fonte diz que a agência avalia várias teorias, entre elas a de que Joseph estaria por trás do assassinato. O premier, que ocupava o cargo interinamente, é o atual líder do país. Um substituto para o cargo, o médico Ariel Henry, foi nomeado por Moïse um dia antes do assassinato, mas não houve tempo para que fosse empossado. Henry seria o sétimo primeiro-ministro em quatro anos.
Uma reportagem investigativa da emissora colombiana Caracol relata o que seria o papel central do premier na operação. De acordo com o canal, tanto os investigadores americanos quanto os haitianos creem que Joseph foi o mandante, ao lado do suposto médico Christian Emmanuel Sanon, preso no último domingo (11), e do ex-senador John Joel Joseph, conhecido como "Triple J", foragido da Justiça. O plano, diz a emissora, começou a ser traçado em novembro de 2020, na sede da empresa de segurança CTU Security, em Miami.
Teorias opostas
A imprensa aponta que foram quatro semanas de planejamento até a execução do crime, no dia 7. Sete militares colombianos, acompanhados por três policiais haitianos, teriam entrado na residência oficial para realizar o crime. O jornal El Tiempo teve acesso a um informe inicial do FBI, que foi entregue ao Departamento de Estado afirmando que Moïse teria sido morto 45 minutos antes dos colombianos chegarem ao local. Segundo o jornal, apenas três dos ex-militares teriam na verdade chegado à residência oficial, dois deles mortos durante a operação policial.
Uma teoria apontada pelo El Tiempo é de que Moïse teria sido morto por integrantes da guarda presidencial e que os ex-militares colombianos seriam vítimas de uma “armadilha”. De acordo com uma fonte do jornal, alguns deles teriam sido torturados para confessarem crimes que não cometeram. Até o momento, a polícia haitiana confirmou que dois novos suspeitos, incluindo alguém do alto escalão policial, foram presos, e outros quatro estão em isolamento.