Presidente da China reconhece protestos por Covid zero e ensaia relaxamento, diz oficial
Declaração foi dada por um funcionário da União Europeia sob condição de anonimato

Foto: Governo da China | Reprodução/Ricardo Stuckert
Xi Jinping, presidente da China, reconheceu a frustração da população em meio à implacável estratégia de Covid zero de seu governo. As informações foram passadas por um funcionário da União Europeia à CNN nesta sexta-feira (2), sob condição de anonimato.
Xi explicou ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em Pequim na quinta-feira (1º), que os manifestantes eram “principalmente estudantes” que estavam frustrados após três anos de Covid-19 e insinuaram o potencial relaxamento das medidas de prevenção.
“Xi também declarou que a variante Omicron é menos mortal que a Delta, o que faz o governo chinês se sentir mais aberto a relaxar ainda mais as restrições da Covid”, continuou.
No entanto, o oficial não confirmou se Xi pronunciou a palavra “protesto” em mandarim, ou disse quais palavras exatamente foram usadas pelo líder chinês para descrever a recente agitação sobre as restrições.
Raras manifestações abalaram a China nos últimos dias, quando o país se aproxima do fim de um terceiro ano de severos controles sobre a vida civil.
As observações de Xi ocorrem no momento em que algumas áreas da China mostram indícios de que retirarão algumas restrições da Covid, incluindo a suspensão dos bloqueios e a permissão de alguns pacientes da Covid para a quarentena em casa.
A partir da próxima segunda-feira (5), as operadoras de transporte público de Pequim não vão mais barrar os passageiros se não tiverem um resultado negativo do teste Covid-19 feito nas 48 horas anteriores, informou o governo municipal em comunicado.
A nova regra, que vale para ônibus e metrô, é uma reversão do endurecimento das medidas de contenção da cidade anunciado há 10 dias. No entanto, o país ainda não anunciou nenhum roteiro para reabrir e remover suas inúmeras restrições à Covid em todo o país.
O principal funcionário encarregado da resposta à Covid na China informou às autoridades de saúde na quarta-feira (30) que o país enfrentava um “novo estágio e missão” no controle da pandemia.