Presidente da OAB responde à fala de Bolsonaro: "crueldade" e "falta de empatia"

Felipe Santa Cruz lamenta que mandatário brasileiro trate o assassinato do pai em tom de deboche

Por Juliana Dias
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Presidente da OAB responde à fala de Bolsonaro: "crueldade" e "falta de empatia"

Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, registrou nesta segunda-feira (29) que tem compromisso "inarredável com a democracia" e que está disposto aos "maiores sacrifícios" para mantê-la, assim como seu pai, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira o fez. 

A afirmação foi uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro, que afirmou, ainda nesta segunda, que saberia "a verdade" sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB durante a Ditadura Militar.

Além de usar as redes sociais para se pronunciar, o presidente da OAB fez uma carta em que coloca que Bolsonaro tem "traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia". Felipe Santa Cruz lamentou que o presidente trate da morte de um pai como se fosse um assunto corriqueiro, e deboche do assassinato de um jovem aos 26 anos de idade. Santa Cruz contou que o pai estudava direito, era funcionário público, casado e membro da juventude católica de Pernambuco.

A OAB lançou uma nota em repúdio às declarações de Bolsonaro em que ressalta que todas as autoridades do país, incluindo o Presidente da República, devem obediência à Constituição Federal, que instituiu o Brasil como Estado Democrático de Direito e tem entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos. O documento, assinado pelas 27 seccionais, mostra solidariedade às famílias dos que foram mortos, torturados ou desaparecidos, especialmente durante o Golpe Militar de 1964, inclusive a família de Fernando Santa Cruz, atingida por "manifestações excessivas e de frivolidade extrema".

Diversos parlamentares também se pronunciaram, como o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon, que escreveu que "a declaração de Bolsonaro é incompatível com o que se espera de um presidente da República em um país democrático. O parlamentar entende que se Bolsonaro tem informações sobre o assassinato de Fernando Santa Cruz, deve revelá-las imediatamente.

A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali falou que Bolsonaro é um "ser desprezível, que do cargo da Presidência da República insinua os crimes da Ditadura que fizeram vítima o pai de Felipe Santa Cruz". O líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeira, opinou que Bolsonaro "segue irresponsável e imprudente com os absurdos que fala". O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, endossou: "Onde está Fernando Santa Cruz e por que o presidente guardou essa informação? Exigimos respostas".

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