Presidente do BC acredita em recuperação da economia mais rápida que a imaginada
Campos Neto afirmou que retomada deve ser mais rápida em comparação a crise de 2008

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Os indicadores econômicos coletados pelo governo mostram que o pior da crise do coronavírus já passou e que a recuperação econômica será mais rápida do que se imaginava. Foi o que afirmou o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto.“Parece que iniciamos uma recuperação. E a primeira parte dessa recuperação foi em V”, disse Campos Neto durante o Correio Talks.
O presidente do BC explicou que a economia brasileira bateu no fundo do poço em abril, o mês mais intenso do isolamento social no país. Mas, já começou a ensaiar uma retomada em maio e acelerou esse processo de recuperação em junho. “Pelos dados em tempo real, de energia, tráfego, arrecadação, volume de TEDs, conseguimos ver uma melhora em junho”, antecipou.
Diante disso, Campos Neto acredita que a retomada será mais rápida do que a da crise de 2008. E credita isso ao bom funcionamento do sistema financeiro na pandemia do novo coronavírus. “O setor financeiro é muito importante para alocar recursos de maneira eficiente”, observou. Ele admitiu que ainda é preciso aperfeiçoar um ponto importante do sistema financeiro: o acesso ao crédito.
De acordo com o BC, a concessão de crédito apresentou crescimento forte durante a crise provocada pela pandemia. Porém, acabou se concentrando nas grandes empresas e não foi suficiente para fazer frente à “demanda extraordinária” gerada pela pandemia. Por isso, ainda há um sentimento de escassez de crédito nas micro, pequenas e médias empresas.
Para Campos Neto, o BC também cumpriu o seu papel no que diz respeito à política monetária, reduzindo a taxa básica de juros (Selic) para a mínima histórica de 2,25% ao ano em meio à pandemia. E indicou que, por isso, possíveis novos ajustes na Selic devem ser pontuais.