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Presidente do BC diz que instituição pode reagir se não houver convergência entre política monetária e fiscal

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Presidente do BC diz que instituição pode reagir se não houver convergência entre política monetária e fiscal

Campos Neto considera que o governo tem espaço para gastar, desde que seja transparente com o mercado sobre seus planos

Por Da Redação
Presidente do BC diz que instituição pode reagir se não houver convergência entre política monetária e fiscal
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (BC), disse que é necessário haver convergência entre a política monetária praticada pela instituição e a política fiscal do governo. O executivo afirma que, se essa conversão não acontecer nos próximos anos de governo, o BC vai reagir e pode voltar a elevar a Selic, taxa básica de juros.

De acordo com Campos Neto, é importante olhar para o lado social, mas destaca a importância de o governo ter atenção também ao mercado financeiro. "O mercado não é um monstro, é apenas uma máquina que aloca recursos", ressaltou, durante evento promovido pela Bloomberg nesta sexta-feira (18).

O presidente do BC afirma que é possível que o governo gaste mais do que os investidores esperavam previamente e sem causar grandes danos ao mercado. Para isso, entretanto, considera que é necessário que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua equipe tenham uma comunicação transparente sobre tudo o que planejam fazer.

"Gerar incertezas tira o espaço que você tem para gastar. E quando você tem essa perda de credibilidade, por não conseguir comunicar o que quer fazer, provavelmente significa que, no fim, você não vai conseguir fazer o que queria", afirmou.

Responsabilidade fiscal

Segundo Campos Neto, não é missão do BC falar sobre a política monetária, mas destacou que o Brasil tem "uma tarefa muito importante em comunicar que temos disciplina fiscal". Ele afirma que  o governo deve ser fiscalmente responsável, mas também precisa trabalhar para resolver os problemas sociais trazidos, sobretudo, pela pandemia e as altas nos preços de energia, combustíveis e alimentação causados pela guerra da Rússia na Ucrânia.

No entanto, ele pontua que há um ponto de intersecção entre essas duas necessidades e é preciso entender que, "às vezes tentar passar esse ponto para fazer mais resultará em fazer menos pela população".

"Fazer mais, na verdade, pode significar fazer menos, porque você cria problemas no mecanismo de precificação, o que pode gerar ainda mais inflação e, consequentemente, novas altas nos juros", disse o gestor.

Inflação e juros

Sobre a inflação e os juros, Campos Neto ressalta que o BC fez um trabalho eficiente com a trajetória de alta da taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano. 

No entanto, o presidente reafirma que a instituição tem um compromisso com o controle dos preços e fará o que for necessário para diminuir a inflação, caso ela volte a subir muito.

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