Presidente do BC prevê deflação no Brasil por dois a três meses consecutivos

Em um evento transmitido pela internet no Chile, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que espera uma queda de preço por dois a três meses no Brasil devido a medidas aprovadas pelo Congresso Nacional, como a redução do ICMS sobre combustível e energia elétrica.

Segundo Campos Neto, após deflação histórica de 0,68% em julho, deve haver uma nova queda de preços em agosto e até mesmo em setembro. Apesar do alto índice na queda de preços há um mês, o Brasil segue entre os quatro países com as maiores taxas de inflação.

Medidas do Congresso e PEC dos Benefícios

A redução de impostos em ano eleitoral foi uma estratégia adotada pelo governo federal e pelo Congresso que, apesar de estar trazendo resultados este ano, podem gerar uma bomba econômica para 2023 e 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Central no último dia 15 mostram uma deterioração no cenário inflacionário dos próximos dois anos.

Com a PEC dos Benefícios, que criou e potencializou auxílios já existentes, como o novo valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que subiu o juro básico da economia para 13,75% ao ano, o mais alto em seis anos, o BC manifestou preocupação com o aumento de gastos promovido por meio da PEC.

Contas do governo

Para o fim de 2022, a expectativa do mercado é de que as contas do governo fechem no azul devido a uma maior arrecadação, promovida pela inflação e aumento do preço de commodities, por exemplo. Para especialistas, no entanto, este resultado pode ser apenas pontual e a previsão é de rombo de R$ 30 bilhões, com avanço de apenas 0,5% no crescimento.