Presidente do Inep nega interferência e assédio moral no Enem
Segundo Danilo Dupas, os servidores reagiram a mudanças nas gratificações. Presidente da Assinep contesta

Foto: Reprodução/G1
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, negou que tenha ocorrido assédio moral no órgão e interferências dele ou do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele argumenta que o pedido de exoneração solicitado por 37 servidores do Inep, no início de novembro, seria uma reação a mudanças no pagamento de uma gratificação.
No entanto, o presidente da Associação dos Servidores do Inep (Assinep), disse que a gratificação foi auditada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e disse que a insatisfação no órgão é disseminada, tanto entre os que recebem essa gratificação como entre os que não a ganham.
Servidores do Inep relataram casos de assédio moral envolvendo Dupas e afirmam que sua permanência no cargo fragiliza o órgão. Durante uma assembleia no começo do mês, alguns deles disseram que existem indícios de que processos sejam deletados do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), onde são registrados todos os andamentos administrativos feitos pelos órgãos públicos.
"Sobre a interferência nas provas do Enem, o ministro da Educação e eu não tivemos em nenhum momento acesso às provas. As provas foram montadas pela equipe técnica e seguindo a metodologia que vem sendo adotada: a teoria de resposta ao item. Os itens utilizados para a elaboração do Enem 2021 já estavam prontos e disponíveis no banco de itens, porque foram produzidos em gestões anteriores. Não há qualquer interferência" disse o presidente do Inep.
"Em mais de 20 anos de atuação profissional, minha administração nunca foi denunciada por ações de assédio moral. Não tolero e não coaduno com ações desse tipo. Todas as denúncias que chegarem aos canais disponíveis serão tratadas seguindo os preceitos legais e pelas instâncias ligadas aos órgãos de controle" completou.
Dupas afirmou que a realização do Enem nos dois próximos domingos está mantida. Ele também citou outros exames de responsabilidade do Inep que, de acordo com ele, estão ocorrendo sem qualquer tipo de barreira. E afirmou que mudanças feitas pela gestão, como no pagamento das gratificações e o retorno gradual ao trabalho presencial, geram desconforto.