Primeiras partidas da Copa América são marcadas por baixo público e alta arrecadação
Venezuela x Peru tem o menor público registrado entre as partidas; Brasil x Bolíva fica com a maior renda
Foto: Richard Ducker/CA2019
Estádios em sua maioria, vazios, mas com renda alta. Esse foi o retrato dos primeiros jogos da Copa América. Fato que vem causando preocupação nos organizadores da competição.
Se formos analisar a partida entre Brasil e Bolívia, pela abertura da competição, foi o jogo que mais teve público e valor arrecadado, com 47.260 presentes e mais de 22 milhões para os caixas do Comitê Organizador Local (COL) da Copa América, empresa formada no Brasil especialmente para o torneio. Confira a tabela completa:
A renda total de R$ 22.476.630,00, se divida pelo número de pagantes, resultaria em um ingresso de valor médio de R$ 485. Algo controverso, já que a tabela de preços para adquirir uma entrada pra partida no Morumbi apresentava os seguintes preços: R$ 190, R$ 290, R$ 390 e R$ 590. Esses valores se remetem ao preço do ticket inteiro. Estudantes, idosos, professores e pessoas com deficiência têm direito a pagar metade.
Outro fator que chama atenção é que dias antes da partida entre Brasil e Bolívia, o Comitê anunciou que os ingressos estavam esgotados. Não foi o que se viu nas arquibancadas. O Morumbi, que possui capacidade para 67 mil torcedores, deixou de receber 19.740 espectadores.
A greve geral marcada para o mesmo dia (14), pouco influenciou no trajeto do público, já que a Linha 4-Amarela, destinada a fazer o transporte de torcedores para o estádio, funcionou normalmente o dia todo.
As cinco partidas iniciais registraram uma média de 25.034 pagantes, algo que nem os primeiros cinco colocados do Brasileirão possuem. Por outro lado, o valor médio de R$ 7.610.452, equivale a um número quatro vezes maior de arrecadação média do Palmeiras, clube que mais lucra com bilheteria na Série A.
Preocupados com o torneio se tornar um fiasco, os dirigentes do COL e Conmebol analisam alternativas para resolver a falta de público nos estádios. As medidas devem ser discutidas nessa segunda (17). Uma delas são as possíveis parcerias com secretarias de educação, esporte e lazer. Como foi feito no Rio de Janeiro e Porto Alegre.
