Primeira mulher a comandar a ala de canto do Ilê Aiyê, Graça Onasilê faz show em comemoração aos 40 anos de carreira

Graça Onasilê, primeira mulher a comandar a ala de canto do Ilê Aiyê, realizará nesta quarta-feira (1º) um show em celebração aos seus 40 anos de carreira. A artista, que ajudou a construir a história do bloco e rompeu a hegemonia masculina, apresenta o espetáculo "40 ANOS DE GRAÇA" no Palacete Tira Chapéu, em Salvador, a partir das 20h com participação da dupla Alex e Lilian.

Com quatro décadas na música, Graça afirmou esperar que o repertório do show atinja ouvintes de todas as idades. "Espero que esse repertório atinja todas as idades, todas as pessoas que ali estarão para ver Graça Onasilê e ver Graça também do Ilê, trazendo emoção, alegria, celebração. Com muito entusiasmo e muita vontade de mostrar a capacidade de atingir todo o público", disse a artista.

Entre os inúmeros sucessos que Graça dá voz, para a artista, a música que não pode faltar no repertório do show é "Mãe Natureza 'linda fêmea'". "Fala de Oxum, que é minha mãe, e também foi uma música que trouxe ao público uma nova interpretação no Ilê Aiyê. Então, quando uma outra pessoa canta, as pessoas veem logo a mudança e comentam 'nada como Graça'. Porque eu interiorizei essa música dentro de mim, pois valoriza a mulher, desde a melodia da composição de Boboco compôs. Uma melodia linda. Que exalta a mulher", explicou.

Com o Ilê, Graça participou de diversas turnês e percorreu três continentes. Para a cantora, com exceção de Salvador, São Paulo foi o lugar que melhor recebeu o Ilê Aiyê. "Todos os lugares onde pude estar e onde o Ilê passa, somos recebidos com muito carinho, amor, interação total, mas o estado que mais se joga é em São Paulo, na questão da alegria. Eu gosto muito, é um público fiel", contou.

Questionada sobre os planos para os próximos anos, Graça afirma que deseja manter sua energia e continuar levando a cultura negra e baiana para o público. "Para os próximos anos, que eu continue com essa vibe levando a cultura com vários ritmos, com essa minha voz, que é inconfundível, esse amor que eu trago dentro de mim, da responsabilidade de ser mulher negra de personalidade forte. Expandindo essa beleza que é a música baiana, que nos traz muitos significados, várias interpretações e composições que exaltam as mulheres, os nossos costumes, nossas culturas e nosso amor no modo geral. A nossa ancestralidade. E eu sinto que estou começando um novo ciclo e quero expandir toda essa força de vontade que tenho para mostrar, o que realmente é a verdadeira história", finalizou.