Produção de energia nuclear supera recorde de 2006 e sete novas usinas entram em operação
Atualmente, há 417 reatores em operação em 31 países, com capacidade instalada de 377 gigawatts elétricos

Foto: Germany
A produção de energia nuclear no mundo registrou um recorde em 2024. Foram gerados 2.667 terawatts-hora (TWh) de eletricidade, a maior quantidade já registrada em um único ano, superando o recorde anterior, de 2006, de acordo com a World Nuclear Association, com base nos dados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). As informações são do jornal O Globo.
Atualmente, há 417 reatores em operação em 31 países, com capacidade instalada de 377 gigawatts elétricos (GWe). Sete novos entraram em operação no ano passado: três na China e outros quatro nos Emirados Árabes Unidos, França, Índia e Estados Unidos.
Outros 70 reatores estão em construção, a maioria na Ásia, que concentra a maior parte do crescimento nuclear mundial.
Dos países, cinco lideram a geração de energia nuclear: EUA, França, China, Rússia e Coreia do Sul, que respondem por mais de dois terços da capacidade total. Os EUA contam com o parque de geração mais antigo, enquanto a China apresenta o crescimento mais rápido.
UE dá aval a investimento
As estimativas atuais de consumo de energia pela IA variam entre 500 e 700 TWh, aproximadamente o equivalente à energia consumida por Alemanha, Canadá e Brasil juntos.
Um estudo da Universidade de Cambridge alerta que a IA pode aumentar 25 vezes o consumo de energia do setor de tecnologia até 2040, ameaçando as metas de carbono zero.
Enquanto isso, a Comissão Europeia deu o seu aval para investimentos do bloco em energia nuclear. No início de setembro, o Tribunal de Justiça da União Europeia rejeitou uma ação da Áustria e decidiu que a energia nuclear e, em alguns casos, o gás fóssil, podem ser classificados como “ambientalmente sustentáveis”, que define quais investimentos podem ser considerados verdes.
A Áustria abriu o caso em 2022, argumentando que a inclusão da energia nuclear e do gás violava o direito da UE, uma vez que não teria sido feita consulta pública ou avaliação de impacto, além de ter contornado processos legislativos.
A então ministra austríaca de Clima e Energia, Leonore Gewessler, hoje líder do Partido Verde, na oposição, foi quem iniciou a ação, acusando Bruxelas de tentar “maquiar de verde” essas fontes de energia. Luxemburgo também apoiou o processo.
A decisão favorece especialmente a França, que busca ampliar investimentos no setor, e pode levar a Alemanha a flexibilizar sua posição contrária ao financiamento europeu à tecnologia nuclear.