Profissionais da UPA de Periperi, em Salvador, relatam condições não favoráveis de trabalho
UPA tem 25 profissionais afastados e nove com o novo coronavírus

Foto: Reprodução
Profissionais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Periperi, na região do subúrbio ferroviário de Salvador, denunciaram condições não favoráveis de trabalho no local. Diariamente a UPA apresenta lixeiras cheias, equipamentos de limpeza com defeitos, espaços sem higienização, além da falta de equipamentos de proteção e de tratamento dos pacientes.
"Entramos pela porta de entrada, onde ficam todos os doentes, passamos pelo corredor apertado, mínimo, para ir para a farmácia pegar o EPI e depois volta. Quando volta com esse EPI, ele está todo contaminado, estamos passando por uma área de sujeira, área de risco de contaminação, uma área de atendimento de Covid", disse um funcionário, que não quis se identificar.
A UPA, até o momento, tem nove profissionais diagnosticados com a Covid-19, causada pelo novo coronavírus. No total, 104 funcionários foram examinados e destes, 25 estão afastados. Uma técnica em enfermagem que trabalhava na unidade morreu há três semanas depois de ser infectada pelo vírus.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, nesta segunda-feira (11), o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, negou a falta de equipamentos de proteção nas unidades médicas de Salvador. Ele ainda destacou que os profissionais foram treinados no início do ano, já com o objetivo de enfrentar a pandemia do coronavírus.
"Primeiro, me estranha essa questão da falta de EPI. Temos na central de logística uma quantidade expressiva de mascaras cirúrgicas, fizemos a compra de cem mil máscaras N95. Agora, temos que dizer que o uso das EPIs é normatizado conforme norma técnica. Não é sobre o que o secretário de saúde pensa, o prefeito pensa, ou qualquer um pensa. A Secretaria de Saúde vem cumprindo essa norma técnica. No mês de janeiro e fevereiro, treinamos toda a nossa rede de urgência e emergência”, comentou Prates.
O secretário ainda afirmou que são realizados encontros com os sindicatos que representam os profissionais de saúde, para conhecer as queixas e buscar soluções para os que estão na linha de frente do combate à doença.
“Tenho mantido interlocução semanal. Essa semana estarei com diversos sindicatos discutindo problemas, achando soluções. Conseguiremos resolver tudo o que os profissionais querem? Não. Mas a secretaria tem se esforçado para fazer o máximo que pode. Não falta boa vontade ou determinação para resolver. Não temos falta de EPI. É preciso que o profissional colabore. A prefeitura está entregando o EPI. A parte do profissional é usar o equipamento de forma racional. Nossos profissionais receberam treinamento em janeiro e estamos fornecendo todas as EPIs.", explicou.