Promovida pela ONU, Década dos Oceanos começa nesta segunda-feira (8)

A chamada Década dos Oceanos, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), terá início nesta segunda-feira (8), Dia Mundial dos Oceanos em todo o mundo. 

Ambientalistas, cientistas e diplomatas esperam que nos próximos dez anos a humanidade aumente o conhecimento relacionado as águas que cobrem 70% do planeta e proteja melhor esse bem natural, que absorve um terço do gás carbônico produzido pela atividade humana, retém o aquecimento global e também serve como subsistência direta de bilhões de pessoas.

“Fonte de bens e serviços que sustentam a humanidade, os oceanos são importantíssimos para o funcionamento do planeta e para o bem-estar. A gente precisa conhecer mais e cuidar mais”, destacou Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pela cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos.

Turra, que também integra a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, destaca que neste momento vivido pela pandemia da covid-19 “diminuiu o esforço de fiscalização nos oceanos”. Ele demonstra preocupação com o afrouxamento que pode estar servindo para sobrepesca e para pirataria.

Em oito anos da década passada (2011-2018) aconteceu em média 257 casos de pirataria marítima por todo o mundo, segundo dados coletados pela International Maritime Bureau (IMB).

Vigilância complicada

Crimes marítimos e acidentes em oceanos podem ser complicados para se investigar. Alexander Turra lembra que até hoje os brasileiros não sabem como 3.600 quilômetros do litoral, da Reserva Extrativista do Cururupu (Maranhão) até São João da Barra (Rio de Janeiro), foram atingidos por manchas de petróleo.

Diante da análise da composição molecular, pode-se notar que o óleo foi extraído da Venezuela, porém, não se sabe o motivo da ocorrência da mancha, criminosa ou acidental, como vazamento de uma embarcação ou naufrágio em alto-mar.