Quarentena: "Foi precipitado, foi cedo", disse Mandetta

Ministro também avisou sobre o risco da auto-medicação em relação à hidroxicloroquina

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FOTO: Divulgação

Nesta quarta (25), na primeira entrevista coletiva após o pronunciamento de Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o vírus possui todas as características que pedem a adoção de quarentena, que "é um remédio extremamente duro", mas pediu atenção com o fechamento em cascata dos estabelecimentos a partir de Decretos dos governantes estaduais. Para ele, toda quarentena tem que ter prazo de encerramento e deve ser feita de maneira organizada e coordenada, sem medidas "assimétricas".

"Façamos juntos a proposta nacional", pediu aos governadores, citando conversa recente com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que rompeu com Bolsonaro por conta do pronunciamento de Bolsonaro com críticas às medidas de restrição por parte dos governantes estaduais.

"Nós não vamos perder o foco da proteção à vida, mas percebemos que determinadas medidas causam transtornos ao sistema de saúde", afirmou e destacou o problema para distribuição das vacinas da Influenza por via aérea.

Mandetta solicitou a atuação conjunta dos ministros e dos governadores para definição das ações de combate ao novo vírus. "A saúde não é uma ilha, nós temos um sistema de saúde que tem que trabalhar. Percebi médicos que têm fechados clínicas. As pessoas têm dor de dente, têm necessidades, estão em tratamento", falou .

Sobre as especulações de que Mandetta deixaria o Ministério, disse que só sairá se não tiver utilidade na Pasta, se for um pedido de Jair Bolsonaro ou por motivo de saúde.

O ministro ainda ponderou que o momento traz luz a problemas antigos existentes no Brasil e que afetam a área de saúde, como a falta de saneamento, as aglomerações nas comunidades em morros e os sistemas de transporte hiper-lotados. "Não dá pra falar que esse é o jeitinho brasileiro", colocou.

Mandetta avisou sobre o risco da auto-medicação em relação à hidroxicloroquina

O ministro da Saúde criticou a corrida das pessoas para comprar a hidroxicloroquina - que atualmente é usada para tratamento de malária, lúpus ou artrite reumatoide - para se auto-medicar por conta de informações preliminares de que ela pode ser usada para tratamento do novo coronavírus.

"Alertamos, aqueles que vão à farmácia, podem eventualmente fazer do evento colateral, do efeito adverso, um efeito muito prejudicial à sua saúde. Então se você cometeu essa iniciativa mediada pela falta da informação, ou escutou alguma coisa, o mais correto a fazer é pegar essa caixa e entregar pro farmacêutico, num hospital ou posto de saúde", pediu.

Ainda nesta quarta, Bolsonaro escreveu no Twitter que o tratamento da Covid-19 com a Hidroxicloriquina tem se mostrado eficaz nos pacientes em tratamento. "Nos próximos dias, tais resultados poderão ser apresentados ao público, trazendo o necessário ambiente de tranquilidade e serenidade ao Brasil e ao mundo", destacou o presidente.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério da Saúde, Denizar Viana, explicou que a Hidroxicloroquina não está indicada para prevenção da Covid-19 nem para "formas leves" de infecção. Segundo ele, o remédio só pode ser usado de forma "controlada" dentro dos hospitais e para os casos mais graves, em que os médicos conseguem pesar riscos e benefícios de sua administração. Entre os efeitos colaterais está a alteração do ritmo do coração e sobrecarga do fígado, explicou Mandetta. 


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