Quase 100 mil trabalhadores perdem o emprego por dia, diz IBGE

A crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus levou quase 9 milhões de brasileiros a perderem o emprego entre os meses de abril e junho deste ano na comparação com os três primeiros meses do ano. Os números são da Pnad Contínua, divulgada nessa quinta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Porém, de acordo com economistas, o pior ainda está por vir. No primeiro trimestre, haviam 92,2 milhões de trabalhadores ocupados, número reduzido para 83,3 milhões para o período deste ano. Em média, por dia, quase 100 mil trabalhadores perderam seu emprego no auge da pandemia do coronavírus no país.

A taxa de desemprego subiu de 12,2% para 13,3%, percentual que se baseia nos 12,8 milhões de desempregados, aqueles que não tinham e procuraram emprego no período da pesquisa. "Além da queda ter sido muito grande, ela aconteceu num período muito curto. O impacto no mercado de trabalho foi muito grande", disse Adriana Beringuy, do IBGE.

Outras 13,5 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar, não procuraram vaga, seja por causa do isolamento social ou por descrença na possibilidade de achar trabalho com a maioria das empresas fechadas. Nos próximos meses, à medida que essas pessoas retornem ao mercado, especialistas estimam que o desemprego deve ficar entre 20% e 25%.

Os dados mostram ainda que a crise é maior para a parcela mais pobre da população. Dos quase nove milhões de empregos perdidos, seis milhões eram informais, isso significa que a cada três trabalhadores que ficou sem ocupação, dois não tinham carteira assinada ou outro contrato.