Raphael Montes e Tainá Müller, escritor e atriz da série “Bom dia, Verônica”, falam sobre a construção da história que é sucesso na Netflix!
Aos detalhes...

Foto: Filmart Média
“É errado achar que o problema da violência contra a mulher é uma questão que as mulheres têm que resolver. É um problema do machismo, uma questão de toda a sociedade”. A declaração é do escritor Raphael Montes durante a conversa sobre o processo de construção do seu romance/série “Bom dia, Verônica”, que lotou a Arena Jovem neste sábado, na Bienal do Livro Bahia. A atriz Tainá Müller, que interpreta a protagonista da série, diz que essa é uma realidade de diferentes culturas, onde o patriarcado continua matando. “Todas as mulheres têm em comum a dor de ser mulher em um mundo que não foi feito para nós”, constata.
Raphael conta que ao adaptar o livro para a série com Illana Casoy, a proposta era levar apenas a essência. Ele acredita que as experiências devem ser complementares e garante que a Verônica do livro é diferente da Verônica da série. Tainá inclusive acredita que a personagem do livro desperta em alguns momentos a raiva dos leitores, ao contrário da Verônica da série. Para dar vida à personagem, a triz diz que precisou aprender a lutar e até a atirar. E conta que está lendo o livro novamente por conta do audiobook que está sendo preparado.
A série foi lançada na pandemia e está entre as 10 mais vistas na plataforma de streaming onde é exibida. Segundo Raphael, a série brasileira é a 21ª mais vista no mundo. Tainá diz que é emocionante ver o engajamento do público. A atriz admite que faz terapia e tenta se resguardar um pouco por conta da carga de energia negativa dos problemas abordados (feminicídio, estupro, tráfico de menores) que, infelizmente, fazem parte da realidade de milhares de mulheres.