O BTG Pactual revelou em relatório que, após um reajuste negativo anunciado no ano passado, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve permitir uma alta recorde no preço de planos individuais este ano. De acordo com analistas do banco, o regulador vai estipular em 15% o próximo reajuste máximo permitido.

Para estimar o percentual, o relatório considerou os dados da ANS já divulgados (até o terceiro trimestre) e outros fatores levados em conta na metodologia de cálculo, como o aumento das despesas médicas, a inflação e os ganhos de eficiência do setor. 

“O reajuste negativo de 2021 refletiu uma utilização anormalmente baixa (dos planos) em 2020, quando muitos procedimentos eletivos foram adiados na primeira onda de Covid-19 no Brasil. Por outro lado, como as despesas médicas dispararam em 2021, enquanto a base de vidas nos planos de saúdes individuais encolheu, esperamos um forte aumento de preço para o ciclo de 2022”, afirmam os analistas do BTG.

Diferente dos planos coletivos, os planos individuais que representam um terço do mercado, têm seus preços regulados pela ANS. Segundo a agência, o próximo reajuste anunciado deve ser aplicado entre maio de 2022 e abril de 2023, sempre no mês de aniversário da contratação do plano.

Como mostra o relatório, as despesas médicas geradas por beneficiários de planos de saúde individuais saltaram 21% nos nove primeiros meses de 2021, na comparação com o mesmo período de 2020.

Caso seja confirmado, o reajuste de 15% será o maior já estabelecido pela ANS. Até o momento, o recorde havia sido de 13,57%, registrado em 2016. No ano passado, o reajuste autorizado foi negativo, de -8,19%.