Regras de concessão do novo auxílio emergencial podem congelar salários de servidores até 2024
Endividamento do país exerce influencia nas visões do Executivo e Congresso sobre o programa

Foto: Reprodução/Jornal Contábil
A concessão de um auxílio emergencial com regras amplas poderia levar a um congelamento dos salários no serviço público federal por três anos para compensar o impacto do programa nas contas públicas. De acordo com relatos de pessoas com conhecimento do assunto para a Folha de São Paulo, apesar de ainda não estar fechada, a alternativa é comentada nas conversas entre Executivo e Congresso. Para evitar a necessidade de compensar grandes volumes, defende-se no governo um programa com custos mais contidos do que em 2020, entretanto, o aumento no endividamento do país está exercendo uma influencia nas visões sobre o programa.
A dívida bruta chegou ao fim do ano passado em 89,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e deve subir novamente com a expectativa de mais um déficit nas contas públicas em 2021. É defendida entre membros do Executivo a necessidade de filtrar os beneficiários do auxílio emergencial em relação aos recebedores de 2020 para direcionar o programa aos mais pobres e manter o custo do programa sob controle. Além disso, a ideia é restringir a duração dos pagamentos por três ou quatro meses. Esse prazo se baseia na premissa de que, dentro do período, haverá vacinação em massa da população idosa e queda no número de hospitalizações.
Também é defendido um valor entre R$ 200 e R$ 250 mensais por beneficiário. O valor é menor do que os R$ 600 mensais concedidos nas cinco primeiras parcelas e do que os R$ 300 dos últimos quatro pagamentos. O valor das parcelas em um patamar menor do que em 2020 é visto como forma de deixar o valor mais próximo ao do Bolsa Família. O programa de transferência de renda concede, em média, um valor aproximado de R$ 200 por cartão.