Relator da Furna da Onça nega adiamento da operação
Abel Gomes destacou que realização das ações durante eleições poderia indicar intenção política

Foto: Reprodução/TV Globo
O desembargador Abel Gomes, relator da Operação Furna da Onça no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), divulgou uma nota no último domingo (17) justificando o motivo que a Justiça Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) entenderam juntos que não seria adequado a deflagração da ação no período eleitoral de 2018.
Segundo manifestou Gomes, a vontade das autoridades envolvidas nesse processo de tomada de decisão não foi "beneficiar quem quer que seja", mas evitar uma falsa percepção de que a operação possuía motivações políticas, já que havia ocupantes de cargos eletivos entre os alvos. Na concepção do magistrado, o desdobramento da operação Lava-Jato não sofreu adiamento, contudo, foi feito durante no momento considerado mais adequado. A ação aconteceu no dia 8 de novembro daquele ano, 11 dias depois do segundo turno das eleições.
Mesmo tendo negado motivações secundárias durante a deflagração da Furna da Onça apenas depois das eleições, o desembargador Abel Gomes defendeu que a denúncia relacionada ao vazamento da operação seja apurada "com urgência, com a devida instauração dos procedimentos cabíveis, dada a sua gravidade". O magistrado disse ser importante que o delegado federal responsável pela atitude denunciada seja identificado "para que se afira se se trata de alguém que integrou a equipe policial que trabalhou nas investigações da Furna de Onça ou não".
Ao finalizar o texto, o desembargador destacou que o TRF-2 "cumpriu com o que era de sua competência" relacionado à Operação Furna da Onça e "só não concluiu a ação penal porque o processo foi remetido ao primeiro grau em razão de os deputados terem tido seus mandatos cautelarmente suspensos ou cassados pela Alerj, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que a casa legislativa poderia se posicionar contra as prisões preventivas declaradas pelo TRF-2".