Relatório do FMI alerta para risco de turbulência nos mercados com incerteza sobre pandemia
Dados revelam uma desconexão entre as Bolsas e a realidade da economia mundial afetada pelo coronavírus

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta quinta-feira (25) que as recentes altas expressivas nas Bolsas de valores, que mostram uma "desconexão" com a contração da economia mundial devido à pandemia do coronavírus, são uma fonte "tremenda" de incerteza e uma ameaça à recuperação da economia global.
Em Relatório de Estabilidade Financeira, o FMI informa que os mercados de ações e outros ativos de risco podem sofrer uma segunda queda se o coronavírus se espalhar mais amplamente, as quarentenas forem retomadas ou as tensões comerciais aumentarem novamente, disse a entidade.
Os mercados tiveram uma queda em tempo recorde no início deste ano, afetados pela chegada da pandemia e dos lockdowns, mas se recuperaram amplamente da baixa de 23 de março.
De acordo com o relatório, desde então muitos mercados se beneficiaram da enorme quantidade de ajuda injetada por vários governos e aumentaram as perspectivas de que a recuperação será rápida, apesar de os dados sobre a confiança do consumidor mostrarem uma realidade mais pessimista.
"Surgiu uma desconexão entre o otimismo do mercado financeiro e a evolução da economia global", afirmou o FMI. A desconexão "aumenta o risco de outra correção nos preços dos ativos de risco".
Na quarta-feira (24), o FMI fez uma atualização sobre suas perspectivas para a economia mundial, alertando que o mundo experimentará uma contração de 4,9% no PIB global este ano e que a recuperação em 2021 será mais lenta do que o antecipado. Para o Brasil, é prevista uma queda de 9,1% na economia em 2020.
A principal vulnerabilidade identificada pelo FMI é a ameaça sobre a recuperação em caso de "diminuição do apetite por ativos de risco", o que foi beneficiado pelo apoio financeiro fornecido por vários países para combater a crise.
O FMI lembrou que os mercados de risco e de dívida sofreram perdas nas primeiras semanas da pandemia, mas vêm ganhando terreno desde então.


