Relatório revela falhas na retirada dos EUA do Afeganistão
Documento faz críticas contundentes às ações administrativas de Biden

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um relatório, divulgado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos na sexta-feira (30), revela que as decisões dos governos de Donald Trump e Joe Biden de retirar todas as tropas americanas do Oriente Médio tiveram consequências prejudiciais. O documento detalha as falhas condenáveis do governo atual, as quais resultaram na retirada mortal das tropas dos EUA após quase duas décadas na região.
“As decisões do presidente Trump e Biden de encerrar a missão militar dos EUA no Afeganistão tiveram sérias consequências para a viabilidade do governo afegão e sua segurança”, diz o relatório.
“Essas decisões estão além do escopo desta revisão, mas a equipe AAR [Revisão Pós-Ação, na sigla em inglês] descobriu que durante ambas as administrações houve consideração insuficiente de nível sênior dos piores cenários e a rapidez com que eles poderiam acontecer”, completa.
O documento foi divulgado publicamente mais de um ano após a conclusão da revisão de 90 dias da evacuação e inclui descobertas sobre as semanas finais da presença dos Estados Unidos no Afeganistão, bem como uma série de recomendações para melhorias no futuro. Um alto funcionário do Departamento de Estado não explicou por que demorou para o documento ser publicado, nem por que foi divulgado antes de um fim de semana de feriado no país, dizendo que não discutiram questões relacionadas ao “processo”.
Críticas às ações de Biden
Após a decisão de Joe Biden, em abril de 2021, de prosseguir com a retirada total das tropas americanas no Afeganistão, estabelecendo um novo prazo para 11 de setembro de 2021, a subsequente velocidade do "retrógrado" das forças armadas dos EUA no país agravou ainda mais as dificuldades enfrentadas pelo Departamento de Estado na mitigação da perda de facilitadores-chave das Forças Armadas.
O relatório destaca que a entrega da Base Aérea de Bagram ao governo afegão foi uma decisão crítica, uma vez que o Aeroporto Internacional Hamid Karzai (HKIA) se tornou a única opção para uma possível operação de evacuação de não combatentes (NEO). No entanto, essa operação teve que ser acelerada quando, em meados de agosto de 2021, o rápido avanço do Talibã resultou na fuga do presidente Ashraf Ghani do Afeganistão e no colapso do governo de Cabul.