Renan Calheiros diz que recebeu relatório da Abin sobre Hang
O documento questiona a lisura da fortuna do dono da Havan

Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado
O senador Renan Calheiros (MDB) afirma que recebeu relatório produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o empresário Luciano Hang. O documento questiona a lisura da fortuna do dono da Havan e foi fruto de uma reportagem no portal UOL, contestada por Hang na justiça.
"Declaro que recebi, na qualidade de senador e relator da CPI da Pandemia, o mesmo conteúdo do relatório classificado como elaborado pela Abin acerca do empresário Luciano Hang e publicado pelo portal UOL", disse Renan em carta enviada a Tales Faria, chefe de reportagem de UOL Notícias em Brasília.
O UOL publicou na quinta-feira (9) o direito de resposta de Hang em que ele contesta a reportagem "Abin produziu relatório questionando lisura da fortuna do dono da Havan", de 22 de junho. A publicação ocorreu após Hang entrar na Justiça de Brusque, cidade que sedia sua empresa, a Havan, contra o UOL e o autor da reportagem, o jornalista Lucas Valença.
Em 6 de agosto, o juiz Gilberto Gomes de Oliveira Junior, da Vara Cível do município, aceitou os argumentos do dono da Havan e determinou liminarmente a publicação do direito de resposta, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, até o limite de até R$ 200 mil.
O veículo recorreu ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina e em 10 de agosto, o desembargador Saul Steil analisou o caso e proferiu decisão em que cassou a medida liminar concedida pelo magistrado da 1ª instância. Dias depois, porém, durante as férias de Steil, a também desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta reformou a decisão do colega, determinando a publicação do direito de resposta.
O portal alega que a apuração da reportagem passou por todos os trâmites de checagem e de confiabilidade exigidos para a prática do bom jornalismo. O repórter recebeu o documento de um integrante da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), confirmou com outro membro do órgão de inteligência e 'rechecou' a veracidade com um delegado da PF (Polícia Federal). As fontes pediram sigilo por medo de represálias. Todos os dados contidos no relatório da Abin também foram checados e confirmados pelo repórter, já que nele não há informações sigilosas.