Réu por envolvimento em feminicídio em Vitória da Conquista é solto
Ex-namorado da vítima, que para a polícia foi o executor do crime, está preso

Foto: Agência Brasil
Um dos réus pelo feminicídio da jovem Sashira Camilly Cunha Silva, que na época tinha 19 anos, foi solto após julgamento de recurso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O crime ocorreu em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, no ano de 2021.
A vítima foi dopada e brutalmente assassinada com facadas no rosto e no pescoço pelo ex-namorado, ajudado por dois comparsas. Um deles é o Filipe dos Santos Gusmão, que teve a liberdade provisória concedida após o STJ entender que a prisão dele seria uma "antecipação de pena".
De acordo com a justiça, o autor do crime é o Rafael Souza Lima, que já tinha histórico de violência contra Sashira Camilly, quando ela tinha 17 anos. Na época, as agressões foram registradas em delegacia e uma medida protetiva em favor da vítima foi autorizada.
No dia 15 de setembro de 2021 quando a jovem foi morta, a medida não estava mais em vigor.
As investigações da polícia mostraram que Rafael premeditou todo o crime. Antes de matar a vítima, Rafael entrou em contato com Filipe, para que ele o ajudasse a "se livrar" do carro de Sashira.
Filipe então buscou Marcos Vinicius Botelho Fernandes de Almeida, o terceiro réu do crime, para auxiliar na venda do veículo e o valor da venda do carro seria usado por Rafael para recompensar Filipe e Marcos. Após o esquema ser estabelecido, Rafael marcou um encontro com a vítima para matá-la.
Ele então dopou Sashira com um remédio controlado e a golpeou com uma faca diversas vezes. No entanto, Rafael não teve coragem para matá-la e acionou Marcos. De acordo com a polícia, ao chegar no local do crime, ele percebeu que a jovem estava viva e a enforcou até que ela morresse.
A decisão de soltura de Filipe, pelo STJ, foi baseada no fato de que as provas produzidas na investigação "não demonstraram que ele é tão perigoso quanto os outros réus", já que ele não foi autor intelectual do delito e nem estava presente no momento do crime.
O Superior Tribunal destacou também que a liberdade provisória não minimiza a gravidade da conduta de Filipe no envolvimento com o crime. Em depoimento, ele e Marcos disseram à polícia que não sabiam que a vítima seria Sashira. Já Rafael confessou ter cometido o feminicídio.
O inquérito policial concluiu que ele serviu como articulador entre Rafael e Marcos, e que pagou um carro de aplicativo para que o Marcos fosse até o local do crime. Esses dois réus estão presos preventivamente por atuação direta no crime, e devem aguardar julgamento detidos.