O relatório “O Vírus da Desigualdade'' realizado pela ONG Oxfam aponta que os pobres foram os mais prejudicados pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O levantamento divulgado na última segunda-feira (25), durante a abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, aponta que as mil pessoas mais ricas do mundo levarão apenas nove meses para ver suas fortunas retornarem aos níveis pré-pandemia, enquanto os pobres precisarão de mais dez anos para conseguir repor as perdas.

De acordo com o estudo, em fevereiro de 2020, foi identificado o valor da fortuna dos mais ricos representando 100%. Em março, essa riqueza caiu para 70,3%, voltando aos 100% em novembro. Como base de comparação sobre a velocidade dessa recuperação, os mais ricos do mundo levaram cinco anos para recuperar o que perderam durante a crise financeira de 2008.

No geral, os bilionários em todo o mundo acumularam US$ 3,9 trilhões entre 18 de março e 31 de dezembro de 2020, sendo que a riqueza total hoje é de US$ 11,95 trilhões, o equivalente ao que os governos do G20 gastaram para enfrentar a pandemia. Apenas os dez maiores bilionários acumularam US$ 540 bilhões no período. Contudo, a pandemia deu início a uma crise em relação aos empregos, que, segundo a Oxfam, é a pior em mais de 90 anos. Atualmente, cerca de meio bilhão de pessoas estão subempregadas ou sem emprego, enfrentando miséria e fome, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).