Política
Ministro reclamou de intrigas no governo e diz que a prioridade será ampliar investimentos
FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Após dois mandatos no governo da Bahia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, escolhido por Lula para o cargo mais importante do Palácio do Planalto, admite que a experiência de comandar uma equipe ministerial tem sido mais desafiadora.
Criticado por supostamente dificultar a relação com o Congresso ao travar liberação de emendas e nomeações, Rui Costa afirmou, em entrevista ao O Globo, que não participa diretamente da articulação política e avalia que a aprovação recente de medidas econômicas é prova do distensionamento da relação com o Parlamento.
"A partir de agora consigo começar a abrir mais a minha agenda para interlocução com parlamentares. Mas, se for para discutir assuntos que não são da minha parte, da articulação política, não tem condição. A ênfase do presidente foi, desde o início, pedir que eu me concentrasse na gestão de governo e que resistisse ao máximo para não entrar na articulação política. Humanamente não tem como fazer as duas coisas", afirmou o ministro.
Rui Costa antecipou que o principal objetivo no segundo semestre será o lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com ampliação do investimento em obras públicas, incentivando Parcerias Público Privada (PPPs) e concessões, mecanismos antes tratados como tabu por gestões do PT.
"A prioridade número um que está pré-agendada para o fim do mês é o lançamento do Novo PAC. Vamos ampliar de forma substantiva os investimentos para além do orçamento geral da União, utilizando projetos de PPP. Além de estimular estados e municípios e eventualmente participar deles, a União também fará projeto de PPP diretamente. E vai ampliar o projeto de concessões. Vamos fazer financiamento a estados e municípios que tenham margem de empréstimo para fazer esse investimento, com Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste", disse.
O ex-governador também lamentou as intrigas palacianas e um eventual "fogo amigo" que existe em Brasília. "Eu não nego que eventualmente tem fogo amigo, gente que planta notícias. Isso é uma coisa que eu não vivia na Bahia. Você via muito mais unidade e time jogando, do que eventualmente, às vezes, se percebe aqui. O que mais me incomoda é a inverdade e a mentira. Eu já li três ou quatro livros para ver se eu conforto a minha alma sobre o fim da verdade. Mas é um negócio que a mim me incomoda profundamente, essa era da fake news, da notícia plantada, porque a velocidade da informação é muito grande", pontuou Rui Costa.
Agora, o ministro da Casa Civil informou que existe menos tensão na relação do Congresso com o Planalto, após aprovação de medidas econômicas importantes para o governo federal, como a reforma tributária. "Houve um processo de distensionamento. Muita reunião, muito café, muito almoço, muito jantar, e isso vai ajudando a distensionar. Houve a diminuição também de intrigas, de fofocas, de disse me disse. Até dissuadir disso, leva um tempinho", destacou.
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