Em entrevista ao Opinião no Ar, da RedeTV, nesta segunda-feira (18), o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Rio Grande do Norte, Kelps Lima, afirmou que o governador baiano Rui Costa pode ser investigado sobre desvio na compra de respiradores pelo Consórcio do Nordeste.  

De acordo com Kelps, o Consórcio do Nordeste, que deveria ser um mecanismo de gestão pública para compra de insumos mais baratos para a região, nunca foi utilizado a favor de nenhum estado. 

"Sobre o pretexto de comprar respiradores mais baratos, eles arrecadaram uma cota de R$48,7 milhões, dos quais R$5 milhões eram aqui do RN, e engendraram um mecanismo que fez com que os estados perdessem todo esse dinheiro. Nenhum respirador foi entregue e nenhum centavo foi devolvido aos estados nordestinos", disse.

O presidente da CPI ainda afirma que pode afirmar que o que aconteceu foi um "roubo gigantesco".  

"Metade do dinheiro era destinado a propina. Teve participação de agentes públicos, segundo indica depoimentos dos empresários", disse, afirmando que delação premiada fez com que investigados apontassem os envolvidos que receberiam ou chegaram a receber dinheiro da ação. 

Além disso, Kelps aponta que existem muito casos suspeitos pelo Consórcio do Nordeste, além dos respiradores, como no caso da compra da vacina russa Sputnik-V, barrada pelo Ministério da Saúde. O presidente da CPI questiona porque os governadores continuam na associação e afirma que não entende porque o Congresso Nacional não fiscaliza. 

"Me causa estranheza isso não estar sendo discutido no Congresso Nacional.", afirmou. Completando que "não faz nenhum sentido não investigar". 

Ao falar sobre a presença de Rui Costa, presidente do Consórcio do Nordeste, na CPI e se está na mira das investigações, ele afirma que o governador está convocado para depor. 

"Está na mira sim. Está convocado. Nós só estamos esperando o envio do STJ da investigação sigilosa em que um dos investigados é o próprio governador Rui Costa e tão logo essa documentação chegue aqui, ele será convocado", afirmou, reiterando que o governador pode ir à Comissão na posição de testemunha ou investigado. 

"Mas eu afirmo com todas as letras, os entes públicos do governo da Bahia participaram do esquema de desvio dos R$48 milhões", concluiu.