"Não ouvi de ninguém nenhuma divergência", afirma Calheiros após vazamento de relatório da CPI

De acordo com ele, é "natural que essas coisas vazem"

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FOTO: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Após o vazamento do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta segunda-feira (18), o senador e relator do caso, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que não ouviu "de ninguém nenhuma divergência" e que está aberto à alterações no texto. 

A divulgação do parecer antes do acesso dos demais membros do grupo majoritário, chamado de G7, causou desconforto e um clima de insatisfação nos bastidores. De acordo com Calheiros, o vazamento deste tipo de conteúdo é "natural". 

"É natural que essas coisas vazem. Agora, se vazaram, vamos aproveitar para que a gente discorde concretamente em torno de algum ponto. Eu ainda não fui informado sobre a divergência de algum ou de alguns, sinceramente.", afirmou. Completando que "eu ainda não ouvi de ninguém nenhuma divergência com relação a nada".

Além disso, ele afirma que é normal que hajam discordâncias, mas que, caso seja a vontade da maioria, os pontos do relatório final podem ser discutidos. Além disso, o senador afirma que não pode abrir uma reunião, pois esta função cabe ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). 

Mais cedo, Aziz chegou a criticar o vazamento, afirmando que acredita ter sido proposital e afirmou que "ninguém é besta". 

"Antes de vazar ele podia até mudar de ideia, agora ele não tem mais direito. Na quarta a gente vê e fala o que está faltando. E publicamente, no assembleísmo, não é mais particular", afirmou. Completando que espera "que ele não perca tempo e se esforce pra retirar, porque ninguém é besta aqui e a gente não coloca a carroça na frente dos bois à toa".

Já Calheiros afirmou que não vai recuar dos pontos abordados por ele no documento. 

"O parecer não é do relator. Se tiver alguma coisa interessante para colocar no parecer, eu colocarei. A minha disposição é essa. Fazer uma investigação ampla, verdadeira, isenta, e que o relatório expresse o que aconteceu na pandemia e nessa investigação. Não estou admitindo retirar nada. A maioria retirará o que quiser. Mas, da minha parte, tenho algumas coisas a acrescentar", disse. 

"Era impossível que ele não vazasse, com mais de 50 pessoas trabalhando. Isso não significa nada. O vazamento não é bom, mas, já que vazou, vamos aproveitar essa circunstância para confrontar pontos de vista", completou Calheiros. 


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