Saiba o que fazer em caso de queimaduras leves ou agravadas

Cerca de 80% do tratamento de queimaduras ocorridas no Brasil é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas as queimaduras de grande extensão, a exemplo de químicas e elétricas, são encaminhadas para os Centros de Tratamento de Queimados (CTQs).

É importante ter em mente que no caso de qualquer queimadura é essencial buscar o atendimento de saúde. Porém, até chegar na unidade de emergência, alguns cuidados devem ser tomados pelo ferido. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, José Adorno, em entrevista ao "Fala, Doutor", do Ministério da Saúde, após o acidente a queimadura deve ser resfriada com água corrente em temperatura ambiente e protegida com um pano limpo, nunca por gelo ou água gelada. 

"O objetivo da água é resfriar e interromper o processo de queimadura, para diminuir o dano. Com a reação inflamatória aguda típica das queimaduras, o paciente tem uma perda de sensibilidade. Se colocar gelo ou água gelada, pode aprofundar a queimadura sem perceber, pois o gelo também queima a pele quando fica em contato com o corpo durante muito tempo", explica o doutor.

O especialista também destaca que não se deve utilizar nenhum outro produto além de água, pois há o risco de causar danos ou piorar a área de ferimento. "Dependendo da região, as pessoas usam manteiga, borra de café, clara de ovo, água sanitária, produtos sujos e contaminados. Isso pode transformar uma queimadura superficial em uma lesão profunda".

No caso de queimaduras grandes, elétricas, causadas por incêndios ou que acometem grande parte do corpo, é importante chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou o Corpo de Bombeiros, nos telefones 192 e 193, respectivamente. "Se alguém estiver presenciando uma pessoa em chamas, deve fazer com que a pessoa pare, deite-se e role no chão, para interromper o fogo, e, em seguida, resfriar as queimaduras com água em temperatura ambiente e chamar a assistência pré-hospitalar para encaminhar esse paciente para o pronto-socorro", pontua Adorno.

O presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras também alerta para que as pessoas não tentem manejar o ferimento se surgirem bolhas. Segundo ele, o aparecimento das bolhas é uma reação natural em queimaduras de segundo grau e elas não devem ser rompidas. "As pessoas não devem romper as bolhas de maneira descuidada ou com objetos contaminados, isso pode causar uma infecção".