Sabino antecipa volta a Brasília em meio a processo de expulsão do União Brasil

Ministro cancelou compromissos agendados em Belém nesta segunda-feira (6)

Por Da Redação
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Sabino antecipa volta a Brasília em meio a processo de expulsão do União Brasil

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O ministro do Turismo, Celso Sabino, antecipou o retorno a Brasília e cancelou a participação em uma agenda que teria em Belém nesta segunda-feira (6), segundo informações do g1. A mudança na programação ocorre em meio ao processo instaurado pela direção nacional do União Brasil contra ele e à incerteza sobre sua permanência no governo.

Sabino participaria de um evento em Belém e desembarcaria na capital federal somente no fim da tarde. Porém, está em reuniões no gabinete em Brasília desde esta manhã.

O ministro tem até esta segunda-feira para poder apresentar defesa no processo disciplinar que pode levar à expulsão do União Brasil, de acordo com o relator do caso, deputado Fabio Schiochet (União-SC). O procedimento foi aberto no último dia 30 de setembro pela direção nacional da sigla e acusa Sabino de desrespeitar orientações partidárias, a exemplo do ultimato da legenda para a entrega de cargos no governo do presidente Lula (PT).

Dirigentes do União Brasil deverão reunir-se na manhã desta quarta-feira (8) para analisar o processo.

Fontes próximas a Sabino atribuem o retorno antecipado dele a Brasília às tratativas para que ele siga no cargo.

Até o momento, a expectativa é de que Sabino procure o presidente Lula mais uma vez nesta semana e comunique a decisão de recuar do pedido de demissão entregue no fim do mês passado.

No decorrer da última semana, Sabino participou de compromissos com Lula em Belém e disse que apoiaria o petista, independentemente do cenário político. Sabino disse que "nada" o afastaria do presidente.

Para membros do União Brasil, o anúncio e a atitude do ministro demonstram que ele não planeja seguir as ordens do partido. Em rota de colisão com o Planalto, a sigla decidiu que filiados teriam de deixar cargos na gesto Lula até o dia 19 de setembro. À época, o União Brasil disse que o descumprimento será considerado infidelidade partidária.

Aliados de Sabino já têm dito que, diante das sinalizações, ele deverá atuar para seguir no cargo. Auxiliares do ministro também disseram que ele recebeu apoio de grande parte da bancada do União na Câmara para não deixar o governo.

O ministro do Turismo mostra resistência em deixar a pasta. Parlamentares próximos ao ministro têm dito que Sabino avalia a pasta como uma maneira de se projetar para uma eventual candidatura ao Senado em 2026.

Expulsão depende de apoio mais extenso

O processo contra Sabino foi aberto depois de uma denúncia apresentada à direção da sigla no dia 29 de setembro. Correligionários disseram que ele desrespeitou o prazo determinado pelo partido.

No último dia 26, Celo Sabino anunciou o pedido de demissão, indicando que atenderia à determinação partidária.

Apesar do anúncio, dez dias após o comunicado, ele ainda não deixou o ministério. Sabino chegou a dizer que seguiria no cargo até o fim da semana passada para acompanhar Lula em entregas para COP 30 no Pará, o reduto eleitoral.

O relator do caso, Fabio Schiochet, disse que a expectativa é que os membros da cúpula do partido discutam, nesta quarta-feira, a expulsão definitiva do ministro, e não somente uma medida cautelar.

Mandato de deputado

De acordo com as regras internas do União Brasil, depois da defesa, Schiochet apresentará um parecer que opinará pela expulsão ou absolvição de Sabino. A tendência é de que o deputado catarinense sugira a expulsão do ministro.

Caso o relatório siga este caminho, eventual penalização apenas poderá ser aplicada pela direção nacional do União Brasil com o aval de três quintos dos membros.

Sabino já passou por uma situação parecida em 2020, quando era filiado ao PSDB. O partido chegou a abrir um processo de expulsão, mas o ministro conseguiu a desfiliação com autorização da Justiça depois de um ano.

Celso Sabino foi eleito deputado federal pelo União Brasil em 2022. Ele deixou o mandato para exercer o cargo de ministro do Turismo, contando com as bênçãos da bancada da sigla na Câmara.

Pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eventual expulsão não levará Sabino a perder o mandato de deputado federal.

Caso seja expulso pela decisão da cúpula do União Brasil, o ministro poderá se filiar a outra sigla.

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