Turquia, Irã, Rússia e Cuba estão entre os países que podem receber Maduro caso ele fuja da Venezuela; diz site
A possibilidade cresce em meio à pressão militar dos Estados Unidos no Caribe

Foto: ?????-?????? ?????????? ?????????? ?????????/Wikimedia
A possibilidade de fuga do presidente venezuelano Nicolás Maduro vem aumentando em meio à pressão militar dos Estados Unidos na região do Caribe. A Casa Branca sugere que ele e familiares procurem refúgio em outra nação. No entanto, ele nega planos de sair do país e jura "lealdade absoluta" ao povo venezuelano.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos oferece US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro. Ele é acusado pelo governo americano de integrar grupos criminosos.
A tendência é que Maduro busque países que "proximidade ideológica e uma ligação com o líder do país" sejam fortes, diz a professora de Relações Internacionais da ESPM, Denilde Holzhacker, em entrevista à CNN.
Por outro lado, o professor de Relações Internacionais, Marcus Vinicius de Freitas, da China Foreign Affairs University, acredita que Maduro pode descartar países caso perceba que "capacidade de proteção é reduzida nesse processo".
O Brasil não aparece mais como um local provável, considerando a crise nas relações entre os dois países após o Itamaraty não reconhecer os resultados eleitorais da Venezuela sem atas de votação. Maduro é investigado por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional, e caso viesse ao Brasil, seria preso se a corte de Haia emitisse um mandado de prisão.
De acordo com a CNN, quatro países são destinos prováveis caso presidente Venezuelano decida fugir:
Turquia:
O país tem forte ligação comercial com a Venezuela. Fluxos chegaram a um bilhão de dólares em 2022 e principal produto comprado pela Turquia nas mãos da Venezuela é o ouro. O comércio entre os dois é alvo de críticas no Ocidente, principalmente pelos EUA, que acusam a Turquia de desviar o ouro comprado para o Irã, ato que violaria sanções internacionais.
O ouro vendido pela Venezuela à Turquia também levanta suspeitas de que pode ser um envio pessoal de Nicolás Maduro para o exterior de maneira sigilosa. A professora Denilde Holzhacker afirma que a Turquia tem se posicionado como "menos suscetível a pressões", tornando o país um refúgio possível.
No entanto, Turquia e Estados Unidos assinaram em 1979 um tratado de extradição, tornando a possível fuga de Maduro mais complicada.
Irã:
Também possui relações próximas com o país latino e possuem um tratado de cooperação estratégica, com duração de 20 anos. Além disso, os dois possuem os EUA como inimigo comum.
O professor Marcus Vinicius de Freitas considera o Irã um destino pois a Venezuela tem sido usada como um "instrumento de desestabilização dos Estados Unidos como parte da política iraniana". Também existem relatos de que o Irã teria uma "célula operacional" na Venezuela. Considerando estes fatos, receber Maduro poderia ser considerado como um ato de resistência à Casa Branca.
Rússia:
Parte dos equipamentos militares exibidos por Maduro contra uma possível invasão americana, vieram de comércio com a Rússia. Os dois países também possuem proximidade ideológica e inimizade com os EUA.
Receber Maduro tornaria a Rússia alvo de sanções internacionais, algo considerado comum pelos russos, devido à guerra no leste europeu. De acordo com a professora Holzhacker, o país não está preocupado em sofrer mais sanções.
Além disso, Moscou é considerado um destino atrativo por sua segurança e forte estrutura de Estado, que poderia ser utilizada a favor de Maduro e familiares. Anteriormente, abrigou o ditador da Síria Bashar al-Assad, que deixou o país após a queda de seu regime.
Cuba:
Aliança entre os dois países é um atrativo para Maduro. São países ideologicamente próximos e possuem fortes laços econômicos.
Após o fim da União Soviética, Cuba se tornou um "satélite da Venezuela" devido à "quantidade enorme de investimentos por parte dos venezuelanos em território cubano", que "assegurado uma sobrevivência do regime da ilha”, segundo o professor Marcus Vinícius.
No entanto, há desvantagens. Havana é apenas a 150 quilômetros de distância da Flórida, um número pequeno considerando que Maduro fugiria dos americanos.


