'Se a economia continuar desacelerando, teremos problemas fiscais', diz Haddad
No senado, ministro afirmou que governo Lula herdou um país com sérios problemas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (27), durante sessão no Senado, que, se a economia brasileira continuar desacelerando em razão dos juros altos, haverá "problemas fiscais" por conta do impacto do menor nível de atividade na arrecadação federal.
"Não vejo a política fiscal, monetária e prudencial separadas umas das outras. Elas fazem parte da mesma engrenagem. Se a economia continuar desacelerando, por razões ligadas à política monetária [taxa de juros alta, fixada pelo Banco Central], vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação vai ser impactada. Não tem como separar. Se desacelero a economia, vou ter impactos fiscais", afirmou Haddad.
Os juros altos vêm sendo motivo de atritos entre o governo Lula e o Banco Central. Cabe à instituição financeira, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), fixar a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.
Na sessão, Haddad disse também que o governo herdou um país com sérios problemas na economia e que está tomando "medidas difíceis" para compensar o que chamou de "populismo" eleitoral de Jair Bolsonaro no ano passado.