Secretário de Estado da Geórgia diz sofrer pressão do próprio partido para excluir votos na recontagem

O secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, disse nesta terça-feira (17), que está sendo pressionado para questionar a validade de votos legais no estado, onde a vitória do democrata Joe Biden desencadeou uma recontagem. Atualmente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usa o estado para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais deste ano.

Trump e os aliados dele buscam tentativas de recontagens afirmando terem sido prejudicados por fraudes, mesmo sem quaisquer evidências disto. Raffensperger disse ainda, em entrevista ao Washington Post, que ele recebeu até ameaças de morte para que a recontagem fosse favorável ao presidente americano. “Para além de ficar irritado, é muito decepcionante, particularmente quando [as ameaças] vêm dos meus partidários”,  disse.

Ainda segundo Raffensperger, um dos que o pressionaram foi Lindsey Graham, veterano senador republicano, que repetiu as acusações sem fundamento de Trump. Na ocasião, o parlamentar teria perguntado sobre as leis referentes aos votos pelo correio e a compatibilidade das assinaturas nas cédulas e as registradas no sistema, questionando se o secretário de Estado teria o poder de descartar votos postais de regiões com altos índices de assinaturas que não coincidissem.

O secretário afirmou não ter o poder para fazer isso, mas disse ter ficado impressionado com a aparente sugestão de que encontrasse uma maneira de anular votos perfeitamente legais. Apesar da pressão republicana, a recontagem no estado segue sem maiores problemas, com a exceção de um incidente no condado de Floyd, onde foi encontrado um pen drive com 2,6 mil votos não computados.