O advogado Paulo Henrique Perna Cordeiro deixou cargo do alto escalão da Infra SA, empresa pública federal do setor de transportes, para assumir a secretaria no Ministério do Esporte, mas sua esposa, a também advogada Renata Sousa Cordeiro, o substituiu no cargo.

Desde dezembro do ano passado, Renata substitui o marido na chefia da Superintendência de Integridade e Riscos da Infra SA, setor responsável por ações como a prevenção de conflitos de interesse e proteção de atos de corrupção e fraude. O salário para o cargo de superintendente na empresa pública é de R$25,8 mil.

Perna Cordeiro está no comando da Secretaria de Esporte Amador, Educação, Lazer e Inclusão Social desde novembro. A função tem remuneração de R$ 18,5 mil. Somados, os salários do casal dão mais de R$40 mil.

Renata defende que possui qualificação profissional para o cargo de superintendente da Infra SA e participou normalmente do processo seletivo. Já Perna Cordeiro garante que apenas sugeriu o nome da esposa, mas que não a indicou e não atuou na contratação dela.

Por telefone, Paulo Henrique Perna Cordeiro disse ao Metrópoles que citou o nome da esposa em uma conversa com o presidente da Infra SA, Jorge Luiz Macedo Bastos, que teria pedido sugestão ao saber que o advogado sairia para o Ministério do Esporte.

“Veja bem, eu não indiquei, eu sugeri. Eu falei: ‘Olha, presidente, eu posso lhe sugerir vários nomes, mas aqui tem um bom currículo’. Ele pediu o currículo e eu passei de imediato. Todo o restante do processo eu não participei, isso eu te garanto. Já estava participando da transição da nova equipe do Ministério do Esporte”, afirmou Perna Cordeiro.

Em mensagens de WhatsApp, Renata enviou o currículo dela, que inclui cargos de assessoria jurídica na antiga Secretaria de Portos, assessoria parlamentar na Câmara dos Deputados e assessoria especial da representação do governo do Maranhão em Brasília.

“Ele (marido) sugeriu. Mas, no processo de contratação, fiz a entrevista, apresentei o currículo, e ele já tinha assumido a Secretaria Nacional, onde não mais participou de qualquer ato referente à minha contratação”, escreveu a atual superintendente da Infra SA.

Por nota, a Infra SA defendeu que, no processo de contratação de Renata, seguiu todos os critérios, requisitos e procedimentos necessários para cargos comissionados na empresa pública.