O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (20), ao participar de transmissão ao vivo com investidores, que o governo deve abrir o capital (IPO, da sigla em inglês) do braço digital da Caixa Econômica Federal “nos próximos seis meses”. A instituição financeira foi o responsável pela operacionalização do pagamento do auxílio emergencial, criado pelo governo federal. “O Brasil é uma democracia digital. Na pandemia digitalizamos 64 milhões de pessoas. Quanto vale um banco que tem 64 milhões de pessoas que foram bancarizadas pela primeira vez e serão leais pelo resto da vida? Estamos planejamento um IPO deste banco digital nos próximos seis meses”, disse Guedes.

A Caixa abriu milhões de contas bancárias para os beneficiários receberem os depósitos do auxílio, que foram feitos por meio do aplicativo Caixa Tem. O banco não tem um braço digital formalmente segregado das operações. Caso o governo decida abrir o capital apenas dessa parte, terá que fazer a cisão das operações. O banco suspendeu mais uma vez, em setembro, o IPO da Caixa Seguridade, que deve ocorrer somente no próximo ano. A área de cartões da instituição financeira também deve ter o capital aberto em 2021. Segundo informações de uma fonte do governo, o plano é fazer o IPO da Caixa Seguridade e do banco digital. A holding não terá o capital aberto, disse essa fonte.

Em relação a reforma tributária, Guedes disse aos investidores, durante o evento, que a carga tributária do Brasil não irá aumentar. Segundo ele, haverá apenas um remanejamento de tributos “inadequados”.

Amazônia

Durante a transmissão ao vivo, o ministro também foi questionado sobre o impacto da questão ambiental na entrada de investimentos no país. Segundo ele, o Brasil vem sendo "mal interpretado". “Nossa bandeira é verde e amarela, somos verdes, temos a matriz energética mais verde do mundo. Brinco com meus amigos americanos que, nos Estados Unidos, vocês erradicaram os índios por ouro. Agradecemos a preocupação de vocês, mas ninguém é tão generoso com a população nativa como nós", disse.

Guedes afirmou ainda que gostaria de transformar a Amazônia em um "paraíso de biodiversidade". “Vamos fazer políticas para preservar transformar a região. O que fazemos hoje subsidiar plantas fabris para povoar a floresta. Isso não está certo. É um grande erro, mas não podemos removê-los de lá’, disse o ministro.