Segundo presidente da Anvisa, MP das Vacinas representa risco sanitário grave para o Brasil

Para Torres, retirada da Anvisa na capacidade de análise das vacinas não foi correta

Por Da Redação
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Segundo presidente da Anvisa, MP das Vacinas representa risco sanitário grave para o Brasil

Foto: Reprodução CNN

De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, um trecho da Medida Provisória das Vacinas que determina que a agência aprove vacinas contra Covid-19 autorizadas por órgãos reguladores de outros países representa risco sanitário para o Brasil. 

Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (10), Torres informou que "o fato de estar aprovado/registrado em outro país não necessariamente autoriza o uso no Brasil sem riscos. É fácil de entender: temos uma série de verificações a ser feitas, como se a fabricação nos diversos locais em que uma mesma vacina pode ser feita no mundo tem os mesmos critérios de qualidade, se o produtor do [insumo farmacêutico ativo] IFA é o mesmo. Ou seja, há uma série de questões que vão na contramão do que se quer fazer, que é anular um trabalho de 22 anos que a agência tem feito verificando esses riscos".

Torres acredita que o texto da MP tem como objetivo ajudar no processo de liberação dos imunizantes, mas que infelizmente isso não se traduziu da maneira correta ao retirar da Anvisa sua capacidade de análise.

De acordo com Torres, ele explicou os argumentos contra o artigo 5º da MP ao presidente Jair Bolsonaro, em reunião na manhã desta quarta-feira (10), e que, portanto, espera que o trecho seja vetado pelo chefe do Executivo. "O presidente reiterou mais uma vez que o Ministério da Saúde não comprará medicamentos que não tenham sido revisados pela Anvisa. Entendo como uma sinalização bastante significativa, mas claro que não vou ser antiético de antecipar qualquer decisão”.

Ainda em entrevista, Antonio também disse que nem no cenário mais improvável durante a pandemia ele ou qualquer outro diretor da Anvisa poderia imaginar uma medida que diminuiria a função analítica da Anvisa. "Ceifar a capacidade do único órgão existente no Brasil de analisar medicamentos é impossível prever."

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