Segundo relatório, EUA poderiam ter evitado 40% das mortes por Covid
Quase 470 mil americanos morreram de coronavírus até agora e cerca de 27 milhões de pessoas foram infectadas

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De acordo com o relatório de uma comissão de acompanhamento de políticas de saúde pública no governo Donald Trump da revista científica britânica “The Lancet”, cerca de 40% das mortes por coronavírus nos Estados Unidos teriam sido evitadas se o país tivesse se mantido com uma taxa média de mortalidade equivalente à de outras nações ricas na pandemia.
O relatório afirma que as raízes dos problemas de saúde do país são apontados como reação atrasada e inadequada do governo Trump, aumento histórico da desigualdade no país, falta de acesso a seguros de saúde, inclusive pelo enfraquecimento do Obamacare e pelas demissões em meio à crise.
Entre as soluções sugeridas pela comissão está a adoção de um sistema de saúde de financiador único como o Medicare for All, defendido pelo senador Bernie Sanders durante tentativa fracassada de concorrer à presidência pelo Partido Democrata.
Quase 470 mil americanos morreram de coronavírus até agora e cerca de 27 milhões de pessoas foram infectadas. Os números são, de longe, os mais altos do mundo.
A comissão também disse que Trump “trouxe infortúnio para os EUA e o planeta” durante seus anos no cargo, mas a crítica contundente não culpou só Trump, vinculando suas ações às condições históricas que tornaram sua presidência possível.
Também foi enfatizado que o país entrou na pandemia com uma infraestrutura de saúde pública degradada. Entre 2002 e 2019, os gastos com saúde pública dos EUA caíram de 3,21% para 2,45%, cerca de metade da proporção gasta no Canadá e no Reino Unido.
A expectativa de vida dos americanos começou a ficar atrás de outras nações industrializadas há quatro décadas. Em 2018, dois anos antes da pandemia, 461 mil americanos teriam morrido a menos se nos EUA as taxas de mortalidade fossem semelhantes às de outras nações do G7, como Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido.