Sem correção desde 2015, tabela do IR faz brasileiro pagar mais a cada ano

Defasagem acumulada desde 1996 é de 109,63%

Por Da Redação
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Sem correção desde 2015, tabela do IR faz brasileiro pagar mais a cada ano

Foto: Reprodução

Levantamento realizado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) indique que com mais um ano sem correção sequer da inflação do ano anterior, a tabela do Imposto de Renda passou a acumular em 2020 uma defasagem de mais de 100%.

Entre 2016 e 2019 não houve nenhuma correção. A última correção foi feita em 2015 e a falta de atualização da tabela tem levado o brasileiro a pagar mais imposto a cada ano e também tem deixado mais trabalhadores fora do limite de isenção.

A inflação, que diminui o poder de compra de todo mundo, subiu 327,37% de 1996 a 2019. Nesse mesmo período, a correção da tabela do Imposto de Renda foi de 109,63%, segundo o Sindifisco, o que dá uma defasagem média de 103,87%. O ano inicial do estudo é 1996 porque foi a partir de quando a tabela começou a ter os valores em reais.
Nos últimos 23 anos, não houve correção em 12 e em apenas 5 anos as atualizações superaram a inflação: 2002, 2005, 2006, 2007 e 2009.

A falta de correção faz com que muitos contribuintes passem a pagar uma alíquota maior em relação ao ano anterior, uma vez que reajustes salariais (ainda que abaixo da inflação) podem fazer com que a pessoa entre em outra faixa de renda da tabela do IR.

Segundo o Sindifisco, se toda a defasagem acumulada nos últimos anos fosse corrigida, a faixa de isenção, por exemplo, que hoje vai até R$ 1.903,98 por mês, deveria ser ampliada para quem ganha até R$ 3.881,65. Ou seja, menos gente seria obrigada a pagar imposto.

Defasagem deixa mais gente fora dos limites de isenção

Pelos cálculos do Sindfisco, cerca de 10 milhões de contribuintes deixariam de pagar o tributo se a tabela fosse totalmente corrigida.

A Receita Federal espera receber 32 milhões de declarações em 2020. No ano passado, o fisco recebeu 30,5 milhões milhões de declarações. Com isso, o governo espera que cerca de 1,5 milhão contribuintes a mais prestem contas ao leão neste ano.
 

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