Sem ocupar cargos públicos, Lula, Ciro, Moro e presidentes de partidos recebem em média R$ 20 mil por mês
Segundo o advogado Renato Ribeiro, esses tipos de ações não são imorais ou ilegais, mas é necessário transparência dos partidos

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Apesar de não ocuparem cargos públicos, três pré-candidatos ao Planalto recebem salários acima de R$ 20 mil de seus partidos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) ganham uma quantia para exercer funções partidárias, além de receber orientação jurídica e de marketing pagos pelas legendas. Especialistas alertam sobre a importância de maior transparência das siglas sobre os valores gastos com pessoal e serviços prestados.
Conforme a lei eleitoral, partidos políticos não são proibidos de terem em suas folhas de pagamento políticos sem cargos eletivos e não estipula um teto de gastos de uso do fundo partidário, composto por recursos públicos, doações e outras formas de arrecadação, para o pagamento de salários. Moro, recém filiado ao Podemos, receberá um valor mensal de R$ 22 mil durante o ano eleitoral. Já Lula e Ciro, cerca de R$ 22,8 mil e R$ 21,3 mil mensais.
Além dos três pré-candidatos ao Planalto, outros nomes se destacam entre os "funcionários" dos partidos ou como prestadores de serviço, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que recebia R$ 23,2 mil mensais enquanto presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Alvo de inquérito que investiga a atuação de uma milícia digital, Roberto Jefferson está preso desde agosto sob determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Como informou o PT, Lula recebe remuneração por "exercer funções de direção partidária" e ocupar o posto de presidente de honra do partido. Já o Podemos diz que Moro é vice-presidente estadual do partido, no Paraná, desde 10 de novembro.
De acordo com o advogado Renato Ribeiro de Almeida, membro da Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), esses tipos de ações não são imorais ou ilegais, mas destaca que é necessário maior transparência dos partidos.


