Sem rivais internos, Trump surge como favorito do partido republicanos para 2024
Pesquisa revela que 89% dos partidários querem ver ex-presidente nas urnas novamente

Foto: Reprodução/Diário do Poder
Após sobreviver a dois processos de impeachment, Donald Trump é visto como o principal nome a ser indicado pelo Partido Republicano para as próximas eleições presidenciais em 2024. Nos Estados Unidos, a maioria quer mantê-lo afastado da política e acredita que ele seja responsável pela invasão do Capitólio, em janeiro. Porém, entre os republicanos, a história é outra.
Trump tem apoio sólido e não possuí rivais no partido, ele mantém a base fiel e segue como favorito para disputar novamente a Casa Branca. Três em cada quatro republicanos desejam ver Trump com papel preponderante no partido e, enquanto a maioria de independentes e democratas acredita que o ex-presidente não deveria concorrer a um novo cargo no futuro, 89% dos republicanos desejam vê-lo nas urnas novamente.
“Ele continua absurdamente popular entre a base, o que dificulta muito que outro político republicano ganhe tração para a nomeação em 2024. O teste verdadeiro serão as primárias da eleição legislativa de 2022, quando saberemos se candidatos que não têm apoio de Trump conseguirão sobreviver”, afirma Gary Nordlinger, professor da George Washington University e especialista em estratégia política.
Entre o eleitorado, no entanto, há uma convergência favorável ao ex-presidente, de acordo com a pesquisa da Quinnipiac University, feita entre os dias 11 e 14 de fevereiro. Enquanto 96% dos democratas entrevistados acreditam que Trump tenha sido responsável pela invasão do Capitólio, 89% dos republicanos acham que ele não pode ser culpado pela insurreição.
Nas últimas duas eleições (2020 e 2016), os republicanos perderam apoio entre o eleitorado de alta escolaridade dos subúrbios das grandes cidades, onde os democratas ganharam espaço. Do outro lado, com Trump, o partido conquistou apoio entre uma base predominantemente masculina, branca e de baixa escolaridade. Analistas apontam que a base do partido tem se aproximado cada vez mais de ideias extremistas e apoiado teorias da conspiração.
“Eu não diria que a base republicana tem se deslocado mais para a direita. As pautas estiveram aí nas últimas décadas: forte discurso contra imigração ilegal, antiaborto, a favor do porte de armas. O que vejo de diferente é o fato de haver uma descrença quanto às informações verdadeiras. O fato de que há republicanos que acreditam que a eleição foi roubada é inacreditável”, afirma Nordlinger.