Senadores se mobilizam para derrubar veto à distribuição de absorventes
Bolsoanro vetou a o projeto na quinta-feira (7)

Foto: Agência Senado
Senadores da oposição prometem derrubar o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ao projeto que prevê a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou vulnerabilidade social. A decisão presidencial foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da quinta-feira (7). O veto do presidente gerou reações contrárias de deputados e senadores nas redes sociais.
“O Congresso precisa derrubar o veto de Bolsonaro para demonstrar que, ao contrário dele, os parlamentares se importam com o fato de que uma em cada quatro meninas faltam às aulas por não terem acesso a absorventes”, tuitou a senadora Zenaide Maia (Pros-RN).
A proposta, que integra o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, tem o objetivo de combater a pobreza menstrual, que significa a falta de acesso ou a falta de recursos para a compra de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação.
O vice-presidente do Senado, senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), também lamentou o veto: “votamos favoravelmente a esta proposta e, mais uma vez, constatamos o descompromisso do presidente Bolsonaro com os menos favorecidos”, afirmou. Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), o presidente demonstrou “insensibilidade e desprezo” com as mulheres. “O veto demonstra o atraso do governo em avançar em ações que realmente importam”, criticou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também considerou a medida insensível. “Prioridades! Vamos lutar pela derrubada desse veto!”, prometeu. A derrubada do veto foi defendida também pela Procuradora Especial da Mulher no Senado, senadora Leila Barros (Cidadania-DF): “fornecer itens básicos de higiene é garantir um mínimo de dignidade aos mais pobres. Vamos batalhar para derrubar este veto”, disse nas redes sociais.
A líder da bancada feminina, senadora Simone Tebet (MDB-MS), também manifestou protesto. "Desconexão com a realidade, falta de empatia e desconhecimento da condição feminina, em pleno mês de valorização da saúde da mulher: o Outubro Rosa. O argumento de que não há previsão orçamentária é irreal. Os recursos viriam do SUS e do Fundo Penitenciário. Também não se pode falar em falta de interesse público, em um país onde 52% da população são mulheres. Veto do presidente é mais um sinal do menosprezo dele à condição humana", afirmou.